O ministro da Agricultura Blairo Maggi confirmou que vai enviar à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a autorização para importação de café. A informação foi dada nesta quarta-feira, dia 14, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília. A pasta apoia a demanda da indústria, que solicita a importação de café, alegando a baixa oferta do produto no mercado interno.
O texto da autorização deve permitir a compra de qualquer tipo de café, porém, vai estabelecer um aumento no valor da alíquota para o arábica, como estratégia para impedir a entrada desse tipo de grão no Brasil. “Se nós matarmos nossa indústria nesse momento, não tivermos produto para que ela possa processar, certamente vamos perder mercado internacional”, diz Maggi.
Para o deputado federal Evair de Melo (PV-ES), representante da cafeicultura, o argumento das indústrias não é justificado, já que existiria tanto café arábica como o conilon no mercado interno. “Os números não se justificam e, se a indústria disser que os preços estão altos, se o debate for esse, nós vamos perguntar sobre quando os preços estavam baixos e ninguém ajudou o produtor rural. Esse lucro que os cafeicultores estão tendo é para pagar as dívidas de anos atrás”, afirma.
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O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, diz que a falta de café conilon é uma realidade e que, inclusive, as exportações brasileiras serão 10% menores neste ano. “A quantidade disponível para nós é insuficiente e isso é algo que nunca vimos. A indústria não está realizando vendas a futuro e, se continuar dessa maneira, nós vamos perder mercado”, afirma.
