Importar café sairia até R$ 250 mais caro

Pesquisa realizada pela Organização das Cooperativas do Brasil é um dos argumentos dos produtores do Espírito Santo para tentar convencer o governo a não liberar a importação

Fonte: Pixabay/Divulgação

Um estudo realizado pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), no Espírito Santo, indicou que importar café conilon poderia sair mais caro do que comprar o produto aqui no Brasil. Nesta quinta-feira, dia 2, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sinalizou em entrevista exclusiva ao Canal Rural que, se o setor não apresentar novas informações sobre o tamanho dos estoques, ele vai encaminhar um pedido à Camex para zerar a alíquota de importação do café.

Nesse levantamento a entidade indica que, se as indústrias brasileiras realizassem a compra do café em outros países, elas pagariam entre R$ 10,00 e R$ 250,00 a mais por saca, considerando uma média do preço do conilon em R$ 470,00.

O superintendente da OCB-ES, Carlos André Santos de Oliveira, afirma que esse pedido feito pelas empresas foi motivado apenas para baixar o valor do café, e não por escassez real do produto. “O café do Vietnã está custando hoje, por exemplo, R$ 477 por saca e só chegaria aqui depois de 60 dias. Qualquer indústria conseguiria comprar esse mesmo produto no Brasil a R$ 450”, explica.

Outro ponto importante na discussão é sobre a real quantidade de café robusta armazenada no Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), restam menos de 2,2 milhões de sacas do produto. Já os dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) mostram estoques de 4,4 milhões de sacas.

“O levantamento da Conab foi realizado de forma correta, mas incluiu apenas os grandes e médios armazéns. A Incaper, ao contrário, considerou os estoques dos pequenos produtores também. Aqui no Espírito Santo existe uma característica de que muitos produtores rurais guardam sua safra dentro dos próprios depósitos nas fazendas e não armazenam em cooperativas ou indústrias”, diz Oliveira.

Como argumento Blairo Maggi diz que está olhando além do momento atual. “Se eu não cuidar da indústria agora, eu não terei a indústria amanhã para continuar com o produtor rural”, afirma. Uma nova reunião deve ser realizada na próxima semana sobre o assunto.