Mercado projeta queda para o boi gordo em 2017

Mudança de ciclo pecuário determina cenário de baixa; analista recomenda venda no mercado futuro

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

Novembro deve reservar a última oportunidade do ano para o pecuarista conseguir uma boa remuneração pelo boi gordo, aponta a consultoria MB Agro. A partir de dezembro, o varejo vai estar bem abastecido e a necessidade por animais terminados deve cair. De acordo com o analista da MB Agro César de Castro Alves o cenário é de baixa para 2017.

De acordo com ele, a mudança no ciclo pecuário, com o preço do bezerro em queda, indicando maior oferta de animais para o ano que vem, deve tirar a arroba do patamar de R$ 150, preço praticado atualmente em São Paulo. Alves recomenda ao produtor tentar negociar no mercado futuro. O contrato outubro de 2017 na BM&F Bovespa está pagando cerca de R$ 157 por arroba e, segundo ele, a remuneração é muito boa perto da projeção do mercado.

Boi gordo na BM&F Bovespa (R$ por @)
Novembro/16: 152,37 (+0,17%)
Dezembro/16: 153,80 (+0,34%)
Janeiro/17: 155,06 (+0,35%)
Maio/17: 148,50 (+0,50%)

Soja

A queda do dólar paralisou o mercado brasileiro de soja neste início de semana. Mesmo com a alta em Chicago, os preços não tiveram fortes oscilações. Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais altos. A boa demanda pela soja americana colocou os preços no melhor nível em seis semanas, informa a consultoria Safras&Mercado.

A forte alta do óleo, em meio ao aperto na oferta global, devido à menor produção de óleo de palma na Malásia, sustentou os contratos do derivado, que atingiu o maior nível em dois anos.

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Novembro/16: 9,92 (+9,00 centavos)
Janeiro/17: 10,02 (+10,00 centavos)

Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 73,50
Cascavel (PR): 74,00
Rondonópolis (MT): 76,00
Dourados (MS): 69,00
Porto de Paranaguá (PR): 76,50
Porto de Rio Grande (RS): 75,00

Milho

O mercado brasileiro de milho teve negócios reportados na abertura da semana. Contudo, os principais consumidores do mercado seguem retraídos, ainda desdobramento da ação de tradings e de cooperativas, que continuam com estoque.

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou as operações de hoje com preços mais baixos. O mercado foi pressionado pelo fraco desempenho das inspeções de exportação, somada à queda nos preços do petróleo.

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Dezembro/16: 3,48 (-4,25 centavos)
Março/17: 3,58 (-4,25 centavos)
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 45,00
Paraná: 39,00
Campinas (SP): 39,50
Mato Grosso: 33,00
Porto de Santos (SP): 34,00
Porto de Paranaguá (PR): 33,00

Café

 O mercado brasileiro de café apresentou preços estáveis e negócios em ritmo apenas moderado. Nova York teve uma boa valorização, mas o impacto positivo da alta no mercado futuro foi neutralizado pela queda do dólar frente ao real.

Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Setembro/16: 138,80 (+0,65 pontos)
Março/17: 144,80 (+0,25 pontos)

Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa – Sul de MG: 525-530
Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: 530-535
Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: 440-445
Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): 525-530

Dólar e Bovespa

O dólar caiu 1,33% e atingiu o menor patamar desde julho de 2015. A moeda norte-americana encerrou o dia cotado em R$ 3,117. Já o índice Bovespa caiu 0,08%, aos 64.059 pontos.