Soja: o preço pode subir com o La Niña descartado?

Consultores de mercado voltam suas atenções às possíveis consequências de uma neutralidade climática na América do Sul

Fonte: Roberto Kazuhiko Zito/Embrapa

Depois de a meteorologia ter descartado a possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña na próxima safra, os consultores de mercado voltam suas atenções às possíveis consequências de uma neutralidade climática na América do Sul. A consultoria AgRural avalia que os preços da soja em Chicago devem ficar mais altos entre dezembro e janeiro, pois as safras do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná correm o risco de ser afetadas por estiagens.

A analista Daniele Siqueira afirma que, diante deste cenário, os produtores do Centro-Oeste e Nordeste devem ser os mais beneficiados. “Os produtores destas regiões devem ficar atentos, pois se houver uma quebra de safra no Sul do país, no Paraguai e na Argentina, eles poderão aproveitar os melhores momentos do mercado, já que o clima tende a ser mais favorável para eles”, explica.

Safra norte-americana

Apesar desta mudança na expectativa de padrão climático, neste momento o mercado continua refletindo os dados de safra recorde dos Estados Unidos, e principalmente, as informações da demanda pelo grão norte-americano, que continua forte. “As cotações na bolsa de Chicago ao longo da semana ficaram em alta, o que é historicamente fora do comum, mais um fator que comprova a procura pela soja”, afirma Daniele.