Soja: produtores dos EUA estimam safra ainda maior que a projetada pelo USDA

Associação de agricultores contraria números do Departamento de Agricultura dos EUA e projeta produção acima de 111 milhões de toneladas, fazendo mercado em Chicago desmoronar

Fonte: Foto: Jonas Oliveira/ANPr

A safra norte-americana caminha para um recorde, tanto para a soja quanto para o milho. A produção de grãos por lá vai superar a temporada 2014, melhor colheita até então. Com isso, não há cotações que consigam se sustentar no mercado futuro. E é isso que acontece na Bolsa de Chicago (CBOT).

A queda da soja nesta semana foi de 6,5% no contrato de novembro, o mais negociado. No milho, a baixa foi de 4,9% no contrato de dezembro. Para o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez, a chance de o produtor conseguir renda é apostar em um descolamento de preços do mercado brasileiro com o exterior até o fim do ano. Os estoques baixos de grãos geram oportunidades de negócios.

“O produtor de soja já antecipou 25% da produção estimada para esta safra. Ele está com dinheiro no bolso e pode esperar. Essa escassez deve segurar os preços em patamares mais elevados até a entrada da safra brasileira, o que faz o preço descolar de Chicago”, afirma.

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Novembro/16: 9,67 (-8,25 centavos)
Março/17: 9,70 (-6,00 centavos)
 
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 78,00
Cascavel (PR): 77,00
Rondonópolis (MT): 75,00
Dourados (MS): 74,00
Porto de Paranaguá (PR): 82,00
Porto de Rio Grande (RS): 80,50
 
Milho
 
O mercado de milho do Brasil teve uma sexta-feira de ritmo lento na comercialização. De acordo com a Safras & Mercado, a entrada da importação do cereal dos Estados Unidos no mercado deixa vendedores e compradores aguardando como os preços vão se comportar após a liberação do governo brasileiro.
 
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Setembro/16: 3,16 (-7,25 centavos)
Maio/17: 3,41 (-7,25 centavos)
 
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 50,00
Paraná: 40,00
Campinas (SP): 44,00
Mato Grosso: 31,00
Porto de Santos (SP): 36,50
Porto de Paranaguá (PR): 35,50
 
Café
 
O mercado físico brasileiro de café teve uma sexta-feira de preços estáveis, com ritmo lento nos negócios. O mercado demonstrou cautela diante das fortes oscilações na Bolsa de Nova York e do comportamento do dólar.
 
Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Setembro/16: 143,90 (+0,40 pontos)
Março/17: 148,00(+0,40 pontos)
 
Café conilon (robusta) em Londres (US$ por tonelada)

Setembro/16: 1783,00 (+22,00 dólares)
Novembro/16: 1838,00 (+22,00 dólares)
 
Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa: Sul de MG: 485-495
Arábica/bebida boa: Cerrado de MG: 490-500
Arábica/rio tipo 7: Zona da Mata de MG: 405-410
Conilon/tipo 7: Vitória (ES): 418-423
 
Dólar e Bovespa
 
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, de olho no julgamento de Dilma Rousseff. Os investidores acreditam que a saída definitiva da presidente afastada pode atrair mais dólares ao país. A moeda americana caiu 1,19%, terminando cotado a R$ 3,268. O Índice Bovespa terminou o dia praticamente estável ,com baixa de 0,01%, aos 57.716 pontos.