Preço do milho trava comercialização e deve estimular armazenagem

Projeção da Agroconsult é de 67 milhões de toneladas de milho de segunda safra no ciclo 2016/17, em uma área de 12 milhões de hectares

Fonte: Pedro Revillion/Palácio Piratini

Os preços do milho em baixos níveis no mercado interno têm travado a comercialização antecipada da safrinha e devem estimular a armazenagem neste ciclo 2016/17, prevê Valmir Assarice, técnico de pesquisa da Agroconsult e coordenador da Equipe 10 do Rally da Safra.

“As cotações estão abaixo do mínimo. Na BR-163 (Médio-Norte de Mato Grosso), a saca está saindo por R$ 12, R$ 13. Então, em um primeiro momento, o produtor vai estocar, inclusive em silos bag”, disse, explicando porque há desestímulo às vendas, ao menos por ora.
 
A colheita da safrinha já começou de forma pontual no estado e deve se intensificar, em todo o país, a partir da primeira semana de junho. Antes da expedição, a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, estimava que o Brasil vai produzir 67 milhões de toneladas de milho de segunda safra no ciclo 2016/17 (mais 49%), em uma área 10% maior, de 12 milhões de hectares.
 
Ainda segundo Assarice, os preços nos atuais níveis deixam os produtores à espera de novos leilões por parte do governo. Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 100% dos 7.400 contratos de opção de venda futura de milho ofertados. 

No leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), foi negociada subvenção equivalente a 302,6 mil toneladas, 60,5% da oferta total de 500 mil toneladas, também de Mato Grosso. Já no leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), a subvenção foi equivalente a 119,4 mil toneladas (39,8% do total).