RS: agro fecha 14 mil vagas com carteira assinada

Setores mais afetados foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários, de moagem e fabricação de produtos amiláceos, de fabricação de produtos do fumo e de abate e fabricação de produtos da carne

Fonte: MDA/Divulgação

O agronegócio do Rio Grande do Sul perdeu 14.017 postos de trabalho com carteira assinada no segundo trimestre de 2016, informou a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Esse saldo negativo é a diferença entre o número de admissões (33.127) e de desligamentos (47.144) de trabalhadores formais celetistas nas atividades que compõem o setor. As informações foram compiladas a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O desempenho foi diferente do verificado nos três primeiros meses de 2016, quando houve saldo positivo de mais de 20 mil empregos. “Enquanto no primeiro trimestre do ano o estado liderou a criação de vagas no agronegócio, no segundo trimestre teve a maior perda de postos de trabalho no país”, disse o economista da FEE Rodrigo Feix, citando que, no Brasil, foram criados mais de 90 mil empregos com carteira assinada no setor durante o segundo trimestre de 2016.

Segundo a FEE, o fechamento de vagas no agronegócio gaúcho já era esperado, em função da própria sazonalidade das culturas do estado. “Nos primeiros meses do ano, as admissões crescem acentuadamente. Já no segundo e terceiro trimestres, reduz-se a demanda por mão de obra, e os desligamentos passam a superar as admissões, o que explica os saldos negativos no período”, avaliou Feix.

O pesquisador pondera, no entanto, que a perda de postos de trabalho no agronegócio gaúcho no segundo trimestre foi superior à observada em 2015. O que ajuda a explicar essa diferença é o desempenho do segmento “depois da porteira”, relacionado principalmente a atividades agroindustriais – que respondem por cerca de dois terços do total do emprego celetista do agronegócio gaúcho.

“Nesse segmento houve perda de cerca de 7.000 postos de trabalho entre abril e junho deste ano, enquanto a perda no ano passado havia sido de 4.000 empregos. Os setores mais afetados foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais, de moagem e fabricação de produtos amiláceos, de fabricação de produtos do fumo e de abate e fabricação de produtos da carne”, explicou.

A FEE ainda informou que os dois municípios que registraram maiores taxas de perda de emprego no segundo trimestre foram Vacaria e Santa Cruz do Sul. No primeiro caso, o resultado é atribuído à desmobilização da mão de obra temporariamente ocupada na colheita da safra da maçã. Já em Santa Cruz do Sul, a perda de empregos é derivada do saldo negativo na indústria do fumo.