Agro mato-grossense apoia greve e negocia com caminhoneiros

Diretor da Aprosoja do estado afirma que produtos essenciais à sociedade não estão sendo barrados pelos caminhoneiros

Fonte: Pedro Silvestre

Com greve no transporte e falta de combustível nos postos, a BR-163 teve um fim de semana atípico: ficou quase vazia. Quem a movimenta continuou mobilizado às margens, nas entradas dos municípios, mostrando que o acordo entre governo e lideranças do setor do transporte não surgiu efeito.

O caminhoneiro e líder do movimento, Roberto Carlos da Silva, afirma que o grupo não tem nenhum representante no Congresso e não concorda com a negociação feita. “A mobilização continua por tempo indeterminado, até que os nossos governantes se sensibilizem com a situação e cheguem ao bom senso de deixar a carga tributária mais leve e deem condições para trabalharmos. Queremos trabalhar com dignidade”, diz.

No sábado, dia 26, a greve completou seis dias, e a cidades já sentia os reflexos. Já falta gás de cozinha e combustíveis em muitos  postos. Nos estabelecimentos que ainda tem um pouquinho do produto, as filas são gigantescas e a bomba é disputada entre motos e carros de passeio. “Só tem etanol e gasolina. Até às 15h acaba. No centro da cidade todos os postos já não tem mais”, contou o frentista Waldemar Melo a nossa equipe.

Em Sorriso e  Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, a situação é a mesma. Alguns presidentes de sindicatos rurais, produtores rurais e líderes do movimento se reuniram para tratar um acordo de liberação de passagem das cargas vivas e grãos para aviários e as granjas nos municípios. “Eles aceitaram o pedido e estão liberando a passagem de remédios e outras coisas primordiais para a sociedade”, afirma o diretor da Aprosoja Mato Grosso, Gilberto Eberhardt.

Mesmo já sentindo o desabastecimento em  alguns produtos, a população também apoia o manifesto dos caminhoneiros e também demonstra descontentamento com o atual governo. “Veja como é o preço dos combustíveis nos países vizinhos, e aqui esse absurdo. É desumano até o que está acontecendo com o brasileiro; essa roubalheira”, desabafa o empresário Itamar Gomes Farias.