Gripe aviária: suspensa entrada de produtos avícolas do Chile no Brasil

País andino identificou caso da doença na semana passada, em granja de perus da região de Valparaíso

Fonte: Pixabay

As importações de produtos avícolas do Chile pelo Brasil estão suspensas por causa da constatação da doença influenza aviária no país andino. Este bloqueio ocorre de forma automática, sem a necessidade de um comunicado oficial, em virtude do tipo de acordo sanitário que há entre as duas nações.

Segundo a auditora fiscal federal agropecuária da Coordenação de Trânsito e Quarentena Animal (CTQA) do Ministério da Agricultura brasileiro, Judi Maria da Nóbrega, o Brasil tem dois protocolos sanitários relacionados às aves com o Chile, um para exportação de carne resfriada ou congelada e outro para aves que participam de campeonatos. “Em ambos os casos o requisito para influenza é “país livre”, portanto, é autolimitante para o Chile emitir a certificação, sendo desnecessário notificação neste sentido. Ou seja, a autoridade sanitária do Chile não emitirá o certificado, pois não pode certificar em falso”, disse a auditora. 

“Adicionalmente notificamos todos os nossos pontos de fronteira (Vigiagro) do impedimento, para que fortaleçam a fiscalização com foco em eventuais vindas destas mercadorias do Chile”, acrescentou.

A cepa da doença identificada no Chile é de baixa patogenicidade, o que significa que causa uma enfermidade branda, com pequena ou nenhuma mortalidade das aves. O caso, identificado na semana passada, ocorreu em uma granja de perus da empresa Agrosuper, na área rural de Quilpué, região de Valparaíso (na costa central do Chile).

O Serviço de Agricultura e Pecuária (SAG) chileno determinou o abate das aves e o isolamento da área afetada, a fim de evitar a propagação da doença em outros estabelecimentos e manter o status sanitário. A situação foi relatada à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em nota à Superintendência de Valores e Seguros (SVS) – a Comissão de Valores Mobiliários chilena – a empresa afirmou que foram sacrificados 350 mil animais, o que representa 3,88% do total da produção anual da companhia. A empresa estima prejuízo de US$ 6,5 milhões.
Ainda de acordo com Judi, os próximos passos para o Chile é concluir os trabalhos e encerrar o foco, notificando a OIE sobre a retomada de seu status sanitário. “O que normalizará o fluxo comercial”, afirmou a fiscal.

A incidência da enfermidade no Chile colocou a América do Sul em alerta. Para evitar o risco de contaminação de seus plantéis, outras nações também bloquearam as importações. Países sul-americanos também adotaram medidas para se prevenir contra o ingresso da doença em seus territórios, altamente contagiosa e que pode trazer sérios prejuízos para as indústrias locais.

Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil é o único grande produtor e exportador mundial de carne de frango que nunca registrou foco da enfermidade.