Manifestantes ateiam fogo a prédio do Ministério da Agricultura em Brasília

Durante protesto convocado por centrais sindicais contra governo Temer, grupo invadiu sede e ateou fogo a auditório; ministro da Defesa solicitou o envio de tropas federais à Esplanada dos Ministérios

Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Manifestantes que participavam do protesto convocado pelas centrais sindicais contra Michel Temer em Brasília, nesta quarta-feira, dia 24, invadiram o prédio do Ministério da Agricultura e atearam fogo a um auditório. De acordo com a assessoria de comunicação da pasta, os invasores também entraram na galeria que contém retratos de antigos ministros e quebraram alguns dos quadros. O fogo foi contido e a tropa de choque da Polícia Militar entrou no prédio para conter a situação.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, mencionou o incidente na rede social Facebook. “Estava no Ministério da Agricultura quando vândalos tentaram invadir o prédio. Eles colocaram fogo na entrada privativa, danificando as instalações. Ainda não sabemos a soma dos prejuízos, mas o auditório ficou danificado. Lamentável que as manifestações acabem em vandalismo. Isso é péssimo para a democracia brasileira”, escreveu.

Tropas federais

Outros edifícios da Esplanada dos Ministérios também sofreram depredações, o que levou o governo a determinar que tropas federais protejessem o local. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou, em breve pronunciamento, que tropas das Forças Armadas se posicionaram no Palácio do Planalto e no Itamaraty. Segundo o ministro, mais homens teriam se deslocado para proteger os demais prédios da Esplanada, os ministérios e o Congresso Nacional.

De acordo com Jungmann, a medida foi necessária porque a marcha Ocupa Brasília, “prevista como pacífica, degringolou para a violência, desrespeito, ameaça às pessoas”.

No decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, o presidente Michel Temer autoriza o emprego das Forças Armadas “para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. O decreto define que a área de atuação para o emprego das Forças Armadas será definida pelo Ministério da Defesa desta quarta, dia 24, até o dia 31 de maio.

Quebra-quebra

Mais cedo, um grupo de cerca de 50 pessoas usando máscaras no rosto promoveu um quebra-quebra em meio à manifestação, após a Polícia Militar dispersar parte do protesto com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

O grupo destruiu persianas e vidraças de pelo menos cinco ministérios, entre eles o da Integração Nacional, o do Trabalho e o da Agricultura. Este último havia sido cercado por tapumes, mas, mesmo assim, teve os vidros quebrados.

Também foram depredados paradas de ônibus, placas de trânsito, orelhões, holofotes que iluminam os letreiros dos ministérios e até banheiros químicos que haviam sido instalados para a manifestação.

Em frente ao Ministério do Planejamento, no Bloco C da Esplanada dos Ministérios, o grupo de manifestantes mascarados ateou fogo em um orelhão e em cerca de 10 bicicletas de uso compartilhado.

Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura também foi invadido por manifesantes. Vidraças foram quebradas e computadores foram levados pelos invasores, que atearam fotgo e derrubaram prateleiras de livros. Veja fotos abaixo.

Ministério da Fazenda 

Do outro lado da Esplanada, um manifestante quebrou a vidraça do comitê de imprensa do Ministério da Fazenda. Os manifestantes corriam para se afastar da área em frente ao Congresso Nacional, onde as forças de segurança jogavam bombas de efeito moral. Ao passar pelo edifício do ministério, um deles atingiu a vidraça com o cabo de uma bandeira. Mesmo com o vidro quebrado, os manifestantes não conseguiram entrar no prédio, já que há grades de segurança na janela.

Na sequência da ação, membros da Força Nacional de Segurança Pública formaram um paredão e permanecem na lateral do prédio. Os funcionários do Ministério da Fazenda foram obrigados a evacuar o local.