Parceria entre empresa israelense e Embrapa pode ajudar no monitoramento de pragas da maçã

Em algumas das fazendas onde a solução da startup está sendo utilizada, houve redução de até 15% no uso de defensivos químicos

Fonte: Pixabay/Divulgação

Em parceria com a startup israelense AgriTask, a Embrapa e a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) vão monitorar a incidência de pragas entre as fazendas da região. Por meio do projeto, que ainda está em fase de articulação, a expectativa é minimizar episódios de reinfestação, reduzir prejuízos, diminuir a necessidade de agrotóxicos e melhorar a qualidade para exportação.

Para atingir esses objetivos, será utilizada a plataforma de inteligência para o agronegócio da AgriTask. A partir do registro dos dados de todas as etapas da cadeia produtiva no campo, a solução facilita a mensuração de resultados e auxilia na gestão de riscos, tomada de decisões e planejamento de atividades preventivas. Segundo o especialista da Embrapa Adalécio Kovaleski, no caso específico do trabalho com os produtores de maçã, a vantagem é ter acesso a essas informações de uma forma ampla para toda a região, melhorando o controle de pragas.

“Normalmente, cada produtor faz seu monitoramento e interpreta seus dados por conta própria, nem sempre de maneira rápida. Com esse programa, ganhamos agilidade no recolhimento dessas informações e passamos a ter uma visão regional”, explica Adalécio. “Como resultado, temos uma ampliação da capacidade de avaliar ocorrências de pragas na região e traçamos linhas de manejo mais eficientes”, afirma ele. Para exemplificar um benefício do projeto, o especialista diz que esse trabalho evita que determinado pomar volte a sofrer com uma praga que já havia sido eliminada ali, mas não nos vizinhos.

Amir Szuster, vice-presidente de negócios da AgriTask, ressalta que os dados obtidos por meio da plataforma suprem um vácuo de informação para a construção de políticas públicas. “Além de ajudar os produtores da região, você passa a ter um ecossistema inteligente, menos propenso a incidência de pragas. Com isso, há menor necessidade de uso de agrotóxicos, menos prejuízos nas safras, maior proteção do meio ambiente, capacidade de benchmarking e dados para pesquisas agronômicas diversas, dentre outros benefícios”, afirma.

Pelo Brasil

Sediada em Israel, país reconhecido pelos avanços em tecnologia agrícola e considerado o segundo ecossistema de startups mais fértil do mundo, a AgriTask tem uma plataforma flexível ao uso em culturas variadas. No Brasil, por exemplo, inicialmente foi adotada em lavouras de algodão e soja. Em algumas das fazendas onde sua solução está em uso, conta Szuster, já houve ganho de 20% de eficiência nos processos logísticos, assim como reduções de até 15% no uso de defensivos químicos.