Pesquisadores estudam treinamento alternativo para cavalos campeões

"No Brasil, há uma dificuldade de cavaleiros que participam de grandes eventos, como as Olimpíadas, encontrarem bons animais, no pico do desempenho esportivo, em parte, pelos treinamentos inadequados", diz pesquisadora da Apta

Fonte: Divulgação/Felipe Ulbrich

Há poucos dias do início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o Polo Regional de Colina (SP) – referência brasileira em pesquisas com cavalos – divulgou, nesta segunda-feira (25), que está desenvolvendo um projeto de pesquisa que promove um método de treinamento alternativo de cavalos para esportes olímpicos. As informações são da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), agência da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O objetivo é que o treino seja baseado no bem-estar animal, valorizando a integridade física e psicológica dos cavalos. “Muitos treinamentos, na ânsia de conseguir resultados rápidos, acabam prejudicando o animal. Hoje, no Brasil, há uma dificuldade de cavaleiros que participam de grandes eventos, como as Olimpíadas, encontrarem bons animais, no pico do desempenho esportivo, em parte, pelos treinamentos inadequados”, é o que afirma a pesquisadora da Apta Anita Schmidek.

O treinamento proposto pela Apta procura levar em conta as particularidades de cada animal. Para isso, o cavalo deveria permanecer em determinada categoria até que esteja apto a realizar uma categoria acima. Segundo Anita, neste novo método, o que determina a mudança de categoria é a habilidade demonstrada pelo cavalo. 

Frequentemente, a categoria que o cavalo participa é determinada por sua idade, independentemente de seu nível de treinamento ou das habilidades e dificuldades particulares daquele equino. Por isso mesmo, é comum cavalos serem inscritos em categorias acima das quais estariam preparados, com o objetivo de poupar tempo de treinamento. 

“Em muitos casos, este tipo de prática conduz a lesões físicas e traumas psicológicos, abreviando a vida útil esportiva, ou não permitindo atingir o potencial esportivo daquele animal. Nossa proposta é respeitar as individualidades de cada animal”, diz a pesquisadora. 

O pico esportivo dos cavalos, de acordo com a pesquisadora da APTA, ocorre dos dez aos 15 anos. Se o treinamento for feito sem respeitar seus limites, o animal pode chegar a essa idade com lesões ou traumas, e assim não alcançar os resultados esperados.