Secretaria de Agricultura de SP disponibiliza crédito para uso de energia solar no campo

Alternativa ainda pode agregar valor à produção rural por não agredir o meio ambiente

Fonte: Divulgação/SNJ

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) propôs, nesta semana, à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo que inclua em seus financiamentos a agricultores a aquisição de equipamentos para uso da energia fotovoltaica (produzida a partir da luz solar) a serem usados principalmente na irrigação. A boa notícia é que o produtor já pode usufruir do serviço.

A opção sustentável e renovável pode ser alternativa para produtores rurais que têm suas propriedades longe das redes de transmissão e distribuição de energia elétrica. O assunto foi tema de audiência entre o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, e a Absolar. O crédito seria fornecido aos produtores por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).

O presidente da Absolar, Rodrigo Lopes Sauaia, destacou que um dos encontros entre energia solar e agricultura se dá justamente na parte da irrigação, uma vez que a tecnologia fotovoltaica pode ser usada como força motriz.
 
— Gerando energia para bombas, motores que fazem irrigação através de pivô ou através de gotejamento, que também fazem bombeamento de água para uso e para armazenamento na área rural — explicou.
 
O secretário executivo do Feap, Fernando Penteado, diz que essa aquisição pode ser feita pelas linhas de crédito já existentes. Portanto, não é necessária a abertura de uma nova via de financiamento.
 
— Se o equipamento de energia solar a ser adquirido for usado na produção agropecuária da propriedade, não há impedimento — afirmou.
 
Mais informações sobre o enquadramento nas regras do Fundo podem ser obtidas nos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) ou Casas da Agricultura da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria.
 
Além da independência da rede elétrica e economia com conta de luz, outro ponto positivo para o produtor rural que utilizar a energia solar é agregar valor a sua produção, que contribui com o meio ambiente.
 
— A energia solar é limpa, sustentável e barata. Isso significa economia não apenas de dinheiro, mas também de recursos naturais, demonstrando que agricultor é o grande amigo da natureza — ressaltou o secretário Arnaldo Jardim.
 
Economia
 
O ganho ambiental é um dos maiores atrativos dessa modalidade de energia, que até pouco tempo tinha no custo de seus equipamentos o principal obstáculo. Mas o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Derex/Fiesp), Ronaldo Koloszu, explica que os preços vêm caindo porque há cada vez mais concorrência na produção.
 
— Existe todo um parque produtivo que está chegando a São Paulo. Uma fábrica já está em operação em Valinhos produzindo painéis solares. E existem várias outras fábricas multinacionais chegando ao Brasil para produzir aqui — relembra o representante da Fiesp.
 
A energia fotovoltaica tem ainda pontos positivos como a durabilidade, com sistemas operando praticamente sem serem assistidos, sem necessidade de manutenção, funcionando por cerca de 20, 25 anos – gerando energia de forma limpa, silenciosa, sustentável, renovável e mais barata. Isso porque o payback, o retorno do investimento, atualmente varia de seis a 12 anos para clientes residenciais das áreas urbanas.
 
Isso quer dizer que em no máximo 12 anos o investimento já foi pago com a economia com contas de luz. O presidente da Absolar chama atenção para o fato de que esse retorno pode sofrer uma pequena alteração em imóveis rurais.
 
— Para clientes da área rural é preciso olhar o valor da tarifa de energia elétrica, que é diferenciada — apontou Sauaia.