Exportação de carne bovina deve encerrar 2016 com faturamento de US$ 5,5 bi

Projeção da Abiec é que os embarques totalizem receita de US$ 5,5 bilhões em 2016, valor inferior à estimativa inicial de US$ 7,5 bi

Fonte: Divulgação/IOF (MG)

As exportações brasileiras de carne bovina devem encerrar 2016 com um faturamento de aproximadamente US$ 5,5 bilhões, estima a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). O montante deve ficar abaixo da estimativa inicial da entidade, que era de uma receita total de US$ 7,5 bilhões. O resultado também deve ficar abaixo dos US$ 5,9 bilhões arrecadados em 2015 (queda de 6,8%).

Em volume, a expectativa da Abiec é de que as vendas externas de carne bovina em 2016 totalizem 1,4 milhão de toneladas, estável em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 12, durante entrevista de imprensa da Abiec, realizada em São Paulo.

De janeiro a novembro, as exportações da proteína bovina (considerando a carne in natura, miúdos, tripas, industrializados e salgados) somam US$ 5 bilhões, valor 6% abaixo dos US$ 5,4 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Em volume, os embarques até novembro alcançam 1,3 milhão de toneladas, 1,7% acima com igual período no ano passado. Apenas em novembro, estes embarques somaram US$ 423 milhões e 99,6 mil toneladas, respectivamente. 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, afirmou que as oscilações cambiais ao longo do ano, além de problemas econômicos locais de importantes compradores, como a Rússia, Venezuela, Irã e Egito afetaram negativamente os embarques ao longo do ano. “A Rússia antecipava boa parte das compras até dezembro e isso não foi feito”, disse. 

Crescimento à vista

Para 2017, a associação estima que as exportações do setor devem atingir US$ 6 bilhões e um total de 1,5 milhão toneladas, o que representaria um aumento de 9% e de 7% em relação ao estimado para o fechamento de 2016. A associação aposta em novas aberturas de mercado para o próximo ano, com foco em Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia, Canadá, México e Japão. Para Jorge Camardelli, as vendas para esses países da Ásia e América do Norte podem resultar em incremento de 180 mil toneladas ao ano. “São mercados com um preço médio alto para a carne bovina, o que poderia ampliar o faturamento do setor em US$ 1 bilhão por ano”, afirmou.

Em 2017, os Estados Unidos também estarão no centro de atenção. Até novembro, a indústria brasileira exportou 525 toneladas ao mercado americano. A expectativa é elevar esse número, já que atualmente o Brasil tem direito a uma cota – junto com outros países – de 64,8 mil toneladas/ano. “Em 2016, apenas 61% desta cota foi utilizada, o que nos abre uma possibilidade de preencher esta demanda”, ressaltou Camardelli. 

Abate

O abate de bovinos no Brasil deve fechar 2016 em 22,04 milhões de cabeças, considerados os estabelecimentos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), estima Abiec. O volume representa uma queda de 2% na comparação com as 22,54 milhões de cabeças abatidas em 2015. Serão 212 SIFs ativos em 2016, ante 229 de 2015.

O confinamento de gado bovino este ano deve atingir um total de 4,1 milhões de cabeças ante uma expectativa inicial de 5 milhões. “O que faz com que o animal chegue (ao frigorífico) mais pesado. Todos os Estados têm aumentado o peso da carcaça”, afirmou o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli. “Devemos ter uma oferta maior de animais no próximo ano por conta do ciclo (pecuário) e do preço doméstico do grão”, afirmou Camardelli.