Greve do Indea deve causar prejuízo de R$ 700 milhões em MT

Paralisação prejudica diretamente a bovinocultura de corte do estado, atividade que tem um faturamento diário médio de R$ 36 milhões

Fonte: divulgação

A greve dos servidores do Instituto Estadual de Defesa Agropecuária (Indea) de Mato Grosso, que começou no dia 6 de junho, já pode ter provocado prejuízo de R$ 700 milhões na economia do estado, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato). 

A categoria é responsável pela emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), necessária para o traslado de qualquer animal no estado. Segundo a Famato, a paralisação prejudica diretamente a bovinocultura de corte de Mato Grosso, atividade que tem um faturamento diário médio de R$ 36 milhões. 

Este montante é calculado com base em dados pesquisados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com uma série histórica para o mês de junho dos últimos cinco anos. “O valor é o montante gerado pelo faturamento do abate de bovinos, que é autorizado pelos fiscais que estão em greve”, afirma nota da Famato.

Ainda de acordo com a nota da federação , o mês de junho é característico de abate de animais em Mato Grosso, em virtude da preparação para o período de seca, que inicia nesta época do ano no estado. 

Nos últimos cinco anos, Mato Grosso abateu a média de 17,07 mil cabeças de gado ao dia durante o mês de junho. Esta quantidade produz, em média, 280,56 mil arrobas de carcaça bovina, o equivalente a 4,21 mil toneladas diárias. “É um dinheiro que deixa de circular e um produto que fica estocado”, afirmou, em nota, o presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado.

O Imea afirma que na última semana as programações de abate das indústrias do estado ficaram mais curtas por causa da greve, que dificultou o trânsito de animais na região. Isto pode elevar a demanda dos frigoríficos por bois e sustentar a cotação da arroba local.

“Uma greve dessas está afetando muita gente, por conta desse período longo. Com certeza, uma diminuição na produção de alimentos acaba chegando lá na frente ao aumento de preço”, acrescentou Prado. A Famato entrou com um mandado de segurança pedindo o fim da greve do Indea. Na semana passada, a Justiça decretou a ilegalidade da paralisação.

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap) anunciou o início da paralisação no início do mês. O Sintap afirma que ainda não foi apresentada solução por parte do governo para o pagamento integral da Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28%, desta forma os servidores que compõem a base do sindicato “continuam com os braços cruzados em todas as 141 unidades do Indea e do Intermat”.

Ainda de acordo com a instituição, a diretoria garante o cumprimento da lei de greve, mantendo em atividade até um pouco mais do que a exigência de 30% do corpo de servidores em revezamento nas barreiras fixas e volantes e nos postos fiscais.