Mapa e PF vão atuar juntos nas investigações de produtos adulterados

Intuito é colaborar para esclarecer o que é permitido ou não no processamento de carnes segundo os regulamentos técnicos

Fonte: Manaíra Lacerda/Canal Rural

O Ministério da Agricultura vai atuar junto à Polícia Federal nas investigações de 21 unidades frigoríficas envolvidas na Operação ‘Carne Fraca’. O intuito é colaborar para esclarecer o que é permitido ou não no processamento de carnes segundo os regulamentos técnicos do órgão. Segundo o ministro Blairo Maggi, a narrativa utilizada para divulgar o caso assustou a população e os mercados consumidores, e não levou em consideração a regulamentação do órgão aos processos de produção de proteína animal. A atuação do órgão vai ser decisiva para concluir se produtos apresentam ou não irregularidades. 

Maggi afirmou que até agora a pasta não participou do processo porque se tratava de uma investigação a servidores do próprio ministério. Agora, a pasta vai colaborar com conhecimento técnico e científico para elucidar os fatos.

“Questionei o porquê da não presença do Ministério da Agricultura nas investigações. Por que nós não estávamos presentes pra responder, por exemplo, que cabeça de porco pode ser utilizada na formulação de embutidos? Por que nós não estávamos presentes pra saber que ácido ascórbico é vitamina C e pode ser utilizado nos processos? O que ficou combinado hoje é o seguinte, o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal de hoje em diante atuarão juntos. O Ministério da Agricultura estará com seus técnicos explicando tecnicamente para os agentes da Polícia Federal o que é certo e o que é errado na visão dos nossos regulamentos. O que está protegido pelos nossos regulamentos deverá imediatamente ser colocado fora. Eu quero crer que a investigação de hoje pra frente vai tomar um rumo do aspecto da investigação policial aliado à ciência e ao conhecimento e os regulamentos que nós temos internamente”, disse.

“Não há laudos dos produtos que dizem que estes estão alterados”, destacou Maggi. Ele criticou principalmente a questão da suposta presença de papelão na carne. Ele enfatizou que as empresas exportadoras investiram milhões de dólares para conquistar mercado e não colocariam a credibilidade em xeque dessa forma. “Claramente, no áudio o papelão se refere à embalagem”.

O ministro também esclareceu que é permitido, em certos percentuais, o uso da carne de cabeça de porco para a fabricação de salsicha, bem como do ácido no tratamento da carne.

Ele destacou que essas informações foram colocadas de forma errada para a população. Por último, Maggi afirmou que vai divulgar os nomes e dados das empresas citadas. 

“Acho absolutamente natural que os países façam isso, estaremos prontos a responder a todos os países que se manifestarem. Temos que ser o mais transparentes possíveis nesse processo, dando as informações, de imediato, para que não restem dúvidas sobre a lisura do processo que o Brasil tem”, contou.