Preço do bezerro favorece troca por touros em todo o país

Produtores de Mato Grosso também estão fazendo recria a pasto sem confinamento para driblar a alta do milho

Fonte: Pixabay/Divulgação

A alta do preço do bezerro, para patamar próximo de R$ 1.500 por cabeça, melhorou a relação de troca entre bezerro e touro em todo o Brasil, de acordo com Fábio Ferreira, técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) em Cuiabá (MT). Segundo ele, hoje para um pecuarista comprar um touro formado são necessários cinco a sete bezerros, ante 10 a 12 há oito anos. “A procura permanece aquecida e a renovação de touros no rebanho está mais forte. Para o produtor, a relação de troca está muito interessante”, afirmou.

Quanto ao confinamento em Mato Grosso, Ferreira prevê queda em 2016, mas, segundo ele, não deve ser expressiva. “O preço do milho está limitando muito (o confinamento) neste ano.

Produtores grandes e alguns médios estão travando (o cereal) no mercado futuro e são eles que vão manter o confinamento”, explicou. Mas insistiu que ainda é cedo para fazer qualquer projeção quanto ao volume de animais confinados na entressafra. Segundo ele, a saca do milho no estado saltou de R$ 28 no início do ano para R$ 40 atualmente. O avanço de 43% pressiona o produtor, uma vez que a alimentação representa 80% do total de gastos do pecuarista, segundo o técnico da ABCZ.

Produtores de Mato Grosso também estão fazendo recria a pasto sem confinamento para driblar a alta do milho. Trata-se da técnica de deixar os animais no campo e dar a eles menor quantidade de ração por dia. Nesse caso, o ganho de peso é mais lento, explicou Ferreira.

Também supervisor do PMGZ, programa de genética da ABCZ, Ferreira afirmou que alguns pecuaristas estão buscando bezerros com maior potencial genético, que respondem melhor à engorda durante o período de confinamento. Conforme ele, a arroba em Mato Grosso chega a valer R$ 130 à vista, menos do que a de R$ 155 observada em São Paulo, praça de referência do país.