Produção de leite cresce mais de 60% em oito anos no Rio Grande do Sul

Pecuária leiteira também apresenta ampliação no Estado, graças ao aumento no número de indústriasA chegada de grandes indústrias leiteiras ao Rio Grande do Sul na última década despertou o ímpeto das cooperativas, que até então não tinham concorrentes. O resultado foi o aumento na produção, que passou de 2,36 bilhões de litros em 2004 para 3,93 bilhões no ano passado. O crescimento foi de 66,5% na produção em oito anos.

A expansão da pecuária de leite também é constante. Há 30 anos, a bacia leiteira estava concentrada no sul do Estado e na região metropolitana de Porto Alegre. Hoje, apenas 90 municípios não investem na atividade.

– O noroeste foi onde a criação mais prosperou, porque os pecuaristas são agricultores natos. Essa cultura de produzir alimento para o gado fez com que a região se destacasse – avalia José Ferreira, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando).

Outros dois fatores contribuem para que a região produza 70% do leite do Estado. O primeiro é o tamanho das propriedades. Sem grandes áreas, é preciso diversificar, e o leite é uma fonte de renda mensal. Além disso, há a organização das famílias.

– A atividade leiteira é muito desenvolvida por mulheres. Os filhos participam bastante. É uma criação que envolve a família – explica Ferreira.

As estações bem definidas são outro aliado. Com menos estresse climático do que no restante do país, as vacas criadas no Estado têm a segunda maior média produtiva anual, só perdendo para Santa Catarina. Em 2010, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), cada animal produzia, em média, 2,43 mil litros de leite por ano.

Isso despertou a atenção de gigantes como a Nestlé, que se instalou em Palmeira das Missões, e a BR Foods, que assumiu o comando da Elegê. Para não perder a briga, cooperativas se reorganizaram, ganharam força e colaboraram para o aquecimento do mercado.

– Hoje produzimos quase quatro bilhões de litros de leite. Teríamos capacidade para chegar a 12 bilhões de litros só investindo na melhoria do manejo – estima Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat.

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