Acesso à internet por meio de celular cresce no campo

Tecnologia está ajudando a profissionalizar a produção rural 

Metade da população brasileira acessa a internet pelo celular, e essa tendência não é diferente no campo. Dos celulares com internet no Brasil, mais de 20% estão nas lavouras.

Uma pesquisa mostra que o número de usuários que acessam a internet pelo celular na zona rural passou de 4% para 24% em quatro anos, o que representa mais de 20 milhões de pessoas.

Outro dado da mesma pesquisa mostra o percentual de domicílios na zona rural com internet. Em 2008, 33% das casas tinham acesso discado; em 2013, caiu para 7%. Já o acesso móvel através do sistema 3G, que nem aparecia na pesquisa, hoje está em 27% dos domicílios rurais do país.

O maior acesso à telefonia móvel e à internet tem ajudado a profissionalizar a atividade no campo. É o que acredita o gerente de inovação e tecnologia do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebare), Célio Cabral. Um exemplo disso é que 25% dos empresários que procuram a principal linha de acesso à inovação e tecnologia da entidade são do agronegócio.

“Com a facilidade de acesso à comunicação, informação, seja tablets, telefone celular para acesso a conhecimento, ficou mais fácil para eles [produtores] saberem que tem uma nova técnica de produção de leite, de determinada cultura”, diz.

Com dois celulares, Rodrigo Werlang administra a fazenda da família em Brasília, no Distrito Federal. Através dos aparelhos ele confere as cotações da soja e do milho, checa a previsão do tempo e acessa o aplicativo do soja Brasil. “Eu não uso mais computador, uso só meu smartphone. Pago conta, compro, vendo, acesso preço de produto, bula de agroquímico, tudo via celular”, afirma.

Apesar da eficiência trazida pela tecnologia, em especial a praticidade da internet no celular, ele enfrenta um problema: a qualidade do sinal nas fazendas. “A gente já andou olhando, um sistema de qualidade chega a custar R$ 20 mil. Seria uma das prioridades. Claro que agora, com a crise, não vamos mexer, mas a hora que a coisa der uma melhorada, com certeza [vamos investir]”, diz.