A decisão do Supremo Tribunal Federal de retomar a arrecadação para o Funrural incomodou diversos setores do agronegócio, entre eles o de arroz no Rio Grande do Sul. A cobrança, segundo produtores, veio em péssima hora, já que o preço da saca está em baixa nesta temporada.
Para o produtor Sérgio Silva, a notícia foi uma surpresa nada agradável. “Ficamos completamente atônitos com a informação de que teremos que recolher Funrural sobre a venda do arroz, se nós já pagamos INSS sobre tudo isso”.
A cobrança referente aos últimos cinco anos traria um gasto significativo para o setor, já que mais de 20 mil produtores de arroz não estavam contribuindo baseados em decisão liminar. A estimativa é que somente a arrecadação retroativa alcance R$ 1,5 bilhão.
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Para Silva, isso causará um rombo nas contas de quem produz. “A gente não dinheiro em caixa para pagar as tais prorrogações que existem por segurização, e ainda ganhamos de brinde uma dívida que não existe”.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, reafirma o posicionamento dos produtores e diz que o impacto da cobrança será negativo para todo o setor. “Estamos vivendo um momento de margens negativas no arroz, principalmente para quem tá faturando nesse momento. Acho que o setor está descapitalizado e isso seria eu como uma bomba”.
Para o presidente, a notícia é ainda pior porque o setor não está capitalizado. O preço da saca de arroz no Rio Grande do Sul está R$ 8,00 abaixo da média de valor do mercado.
“Uma saca de 47 reais está sendo negociada por R$ 38 – R$ 40, dependendo da venda, isso posto na indústria fica honorário aviltado para o produtor”, lamenta o produtor.
