Arroz: setor quer fim da mistura de grãos importados

Atualmente, a lei exige que, na embalagem, fique claro o país onde o grão foi produzido. Na prática, no entanto, isso não acontece

Na tentativa de reforçar o mercado interno, o setor do arroz entrou com ação na Justiça para exigir a rotulagem do produto. O objetivo é impedir a mistura de grãos de diferentes países na indústria e esclarecer o consumidor sobre o que ele está levando para casa.

Atualmente, a lei exige que, na embalagem, fique claro o país onde o grão foi produzido. Na prática, no entanto, isso não acontece.  “Nós estávamos há três anos discutindo essa questão com a Anvisa em decorrência da falta de efetividade dessa agência reguladora. Sendo assim, nós não tivemos opção a não ser a judicialização desse debate”, falou o diretor-executivo da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Anderson Belloli.

O objetivo da ação é evitar que a indústria misture o produto brasileiro com grãos de outros países, o que os agricultores garantem ser proibido. “Me parece que há uma deficiência na fiscalização, o que me faz com a indústria acabe desconsiderando essa regra vigente”, disse Belloli.

Para a Federarroz, impedir a combinação é uma forma de proteger o consumidor, pois, segundo a federação, o manejo em outros países é feito com produtos que não são permitidos no Brasil. “Como é que eu vou misturar um arroz do Paraguai, aonde é permitida a utilização de determinado produto misturado com o meu. E se aparecer algum resíduo neste arroz? Todo o arroz brasileiro estará taxado como contamidado”, comentou Henrique Dornelles, presidente da Federarroz.

A associação que representa as indústrias brasileiras de arroz preferiu não se manifestar sobre o assunto.