Árvores frutíferas contam a história de Brasília, que completa 56 anos

Considerada uma das capitais mais arborizadas do Brasil, a cidade é povoada por cinco milhões de árvores, dois milhões delas são de espécies que dão frutas comestíveis

Fonte: MEC/divulgação

Basília chega a 56 anos nesta quinta-feira, dia 21, sendo considerada como uma das capitais mais arborizadas do país. Assim como todo o traçado da cidade, o plantio das espécies também seguiu um planejamento minucioso, dando-se preferência a árvores frutíferas.

O arquiteto Lucio Costa, que projetou o Plano Piloto de Brasília, queria que os prédios parecessem emergir de uma floresta, conta o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Rômulo Ervilha. 

“Quando se vê uma foto aérea, a noção é a de que (cada) prédio realmente saísse da floresta, todo envolvido por vegetação exuberante”, diz.

Inicialmente, Lucio Costa queria uma espécie diferente em cada quadra da cidade. Mas, depois que milhares de árvores morreram por causa de uma praga na década de 1970, foi preciso repor o verde, sendo então escolhidas espécies frutíferas. Entre elas, mudas nativas do Cerrado, mas também plantas de outras regiões, como pés de manga e de abacate.

Andar em alguns pontos de Brasília dá a sensação de estar em um grande pomar. Entre as cinco milhões de árvores espalhadas pela cidade, quase dois milhões são frutíferas. Uma das mais populares é a jaqueira, que dá nome a uma das avenidas locais. Em época de chuva, a avenida das Jaqueiras fica tomada de frutas.

Pelas quadras residenciais, também são encontrados mamoeiros, amoreiras, goiabeiras, pitangueiras e muitas mangueiras, que dominam o cenário do Parque da Cidade. O local tem 150 mil árvores – quase o mesmo total que foi plantado no último ano em Brasília inteira.

A engenheira agrônoma Carmen Regina Correia, que dá cursos sobre arborização e paisagismo, explica que as árvores tem um papel importante no equilíbrio do meio ambiente, atraindo a fauna. Além disso, ela lembra, as árvores também dão qualidade de vida e oferecem alimento para as pessoas. 

“Qualquer pessoa pode chegar, colher, levar pra casa e fazer piquenique, como muitas pessoas fazem embaixo de uma árvore frutífera”, diz Carmen Correia.