Chuva atrasa o plantio de milho no interior de SP

Apesar de perder dois dias de trabalho, produtores estão otimistas com o mercado do grão

Fonte: Fabrício Andrade

A chuva desta terça-feira, dia 6, atrapalhou o plantio do milho em boa parte do interior do estado de são paulo. Na região de Pirassununga, produtores devem perder dois dias de produção. Apesar disso, estão otimistas com o mercado do grão.

O plano dos produtores da cidade era plantar 500 hectares. Mas, por causa da lama, as máquinas foram recolhidas para serem lavadas nos galpões, e a operação foi interrompida até que o tempo volte a ficar firme.

“Depois da chuva desta madrugada e que continua até agora, a gente precisa que dê no mínimo dois dias de sol para as máquinas poderem voltar a campo”, diz o produtor Brayan Palhares.

No campo, dia parado é sinônimo de prejuízo. “Nós estamos plantando em área irrigada, e é uma associação de culturas. A gente colhe já plantando uma nova safra. Nesta época, nós colhemos feijão e plantamos milho. Assim, se atrasar para colher, atrasa o plantio também”, afirma o produtor

O técnico agrícola Reginaldo Paladino explica que as máquinas não apresentam o mesmo desempenho em solo encharcado. E, por isso, é impossível plantar nessas condições: “O trator começa a patinar, e a plantadeira não roda. Ela vai de arrasto atrás do trator e vai grudando barro em todas as suas rodas. Não tem condições de fazer a distribuição correta da semente”.

Apesar do tempo, o produtor está otimista e espera vender a saca de milho por pelo menos R$ 40. A expectativa faz sentido. Isso porque as cotações futuras negociadas na BM&FBovespa iniciaram a semana em alta.

“O dólar está num patamar até razoável. E, pelo o que a gente tem visto, este vai ser um ano de pouco milho. Assim, a oferta vai ser talvez menor do que a demanda e pode ser que ajude o preço”, estima Palhares

O analista de mercado Fernando Pimentel confirma as previsões: “Essa incerteza da importação, uma nova revisão da produção de milho, tudo isso está exigindo que o mercado faça uma nova digestão desses números. Só com isso dá para estimar qual o volume que tem de ser importado e qual o risco de desabastecimento que vamos ter para o primeiro trimestre de 2017”.