Chuvas da safra de verão devem atrasar e La Niña pode dar as caras

É possível que algumas áreas do país sejam afetadas por atraso na regularização das chuvas; fenômeno climático, se confirmado, pode fazer alguns locais terem umidade abaixo do normal

Fonte: Pixabay/divulgação

As previsões climáticas para os próximos meses apontam atraso na regularização das chuvas em algumas das principais regiões produtoras do país, como Tocantins, parte do Piauí, Goiás e norte de Mato Grosso. Com isso, o produtor rural que está esperando o fim do vazio sanitário para plantar a safra 2017/2018 precisa ter cautela. 

“O ideal é esperar e monitorar essas chuvas. Assim que elas começarem a se regularizar, o produtor pode começar as atividades de plantio, para garantir as melhores condições para as lavouras”, explica a meteorologista da Somar Juliana Resende.

Nas outras regiões do Brasil, as chuvas devem acontecer dentro do período esperado. Porém, mesmo para essas áreas, as previsões também não são animadoras. As chuvas que chegam podem não se manter por muito tempo.

“Houve uma transição forte: julho foi muito seco, quente e sem chuvas, com frente frias passando, e agosto deve se estender pelo menos uma semana com chuvas acima do normal e temperaturas mais baixas, principalmente em São Paulo, Mato Grosso do Sul e todo o Sul do país. Mas as chuvas não vão se manter, especialmente nessa área de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Deve voltar a ter um aquecimento entre o fim do mês e o início de setembro”, diz Marcelo Schneider, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

Para quem espera neutralidade do clima, onde nenhum fenômeno climático interfira nas condições de cultivo, há um alerta: o La Ninã pode chegar para a safra de verão. 

“A novidade é que houve um resfriamento até certo ponto rápido do oceano Pacífico, e isso traz chance de favorecimento de um evento La Niña, ou seja, o resfriamento das águas do oceano, fazendo com que algumas áreas tenham chuvas um pouco abaixo do normal”, diz Schneider.