Conheça o segredo das mangas do sertão nordestino

Na região de Petrolina, a qualidade da fruta é o principal foco dos produtores, que exportam a produção para mercados exigentes como Estados Unidos e Europa

Fonte: Divulgação/Pixabay

O Vale do Rio São Francisco é conhecido pela produção de mangas de alta qualidade que são exportadas para mercados exigentes como Europa e Estados Unidos. Com a plantação em pleno sertão nordestino, o sistema de irrigação é um dos mais importantes segredos da produção local, tanto em Pernambuco como na Bahia. De acordo com o gerente de produção Edmilson Bezerra de Oliveira, sem estes cuidados seria impossível atingir a média de 40 toneladas de fruta por hectare.

 “Nosso solo é arenoso, de areia quartzosa. Ele tem 98% de areia e é um solo que nós só trabalhamos com estas culturas praticamente, como se fosse uma hidroponia, pois ele não tem retenção de nutrientes”, falou.

Graças à fertirrigação, as mangueiras recebem os fertilizantes em pequenas doses durante todo o ciclo, mas que são intensificadas na florada e no enchimento dos frutos. Neste período, a planta precisa de magnésio, potássio e cálcio. “Para a fruta propriamente dita, o cálcio é um elemento que desempenha um papel fundamental na vida de pós-colheita e na resistência da fruta, para que ela suporte bem todo o processo de embalagem e transporte para o mercado consumidor”, disse o consultor Luiz Eduardo Carvalho de Souza Ferraz.

Obsessão por qualidade

Na região de Petrolina, a qualidade da fruta é o principal foco dos produtores. Um dos cuidados bem característicos da produção da manga no sertão é o processo que envolve uma camada de cal que serve como protetor solar, evitando que os frutos sejam queimados pelo sol, o que pode causar uma grade perda na produção.

Roberto Akio Koshiyama, um dos sócios de uma fazenda com mais de 500 hectares de produção de manga, explica como o manejo qualificado é fundamental para aumentar a produção. Na área destinada à variedade Palmer, por exemplo, o produtor aposta na diminuição do espaço entre as plantas. “O adensamento que era 10×10: 10 metros entre as ruas e 10 metros entre plantas, agora é de 6×4, reduzindo a distância entre as plantas para 4 metros e, no futuro, estamos pensando no adensamento 6×2. É um desenvolvimento que agrega muito na produção”, disse.

A maior parte da safra de manga do Vale do São Francisco é exportada, principalmente para Europa e Estados Unidos. O agricultor Suemi Koshiyama produz manga há 30 anos e é um dos pioneiros na exportação.  “Esta região é muito privilegiada para a produção de fruta de qualidade e isso tem nos dado uma oportunidade de exportar nossas frutas para o mundo todo. Isto é uma riqueza que o Brasil e o Vale do São Francisco têm de privilégio.”