Cuidados com manejo e defensivos aumentam produtividade de arroz

Boas práticas de manejo na lavoura têm sido chave do sucesso da colheira no Rio Grande do Sul 

Fonte: Crédito: Divulgação/AgroEffective

Você sabia que aplicar o defensivo dentro da janela indicada pode gerar não apenas economia de custos, mas também maior produtividade?Produtores de arroz garantem que investir no manejo correto pode aumentar o volume colhido e melhorar a sanidade da lavoura. 

Betânia Longaray produz arroz e sementes na cidade de Camaquã (RS). O cuidado com o manejo é completo e começa na compra dos produtos. Nada de segunda linha, muito menos que não tenha indicação para a cultura, garante a produtora. 

“Se um produto apresenta valor muito mais baixo do que o do concorrente, desconfie, pois alguma coisa tem de errado. Também é necessário estar atento aos lotes, com as devidas indicações de manejo e informações de proteção, e logicamente vir acompanho de nota fiscal”, aconselha Longaray. 

O cuidado continua na armazenagem. Os químicos devem ficar em cima de palets e desprotegidos do sol. Por segurança, é importante identificar o local onde estão guardados. Já na lavoura, a produtora fala sobre a necessidade de seguir rigorosamente a época indicada para a aplicação. 

“Sem sombra de dúvidas, é absurda a diferença do momento adequado numa lavoura com relação à sanidade. Realmente se enxerga de longe e logicamente que isso vai se refletir em produtividade”, afirma. 

Os ganhos que o produtor tem ao aplicar os produtos e as quantidades corretas tem reflexo claro, na produtividade, uma lavoura bem manejada e que segue as recomendações técnicas, pode produzir até 30% mais arroz por hectare, do que as outras.

“Se isso não for seguido à risca, teremos uma lavoura com infestação, principalmente capim arroz e arroz vermelho. Isso é uma preocupação constante. Se não controlarmos corretamente um percevejo,por exemplo, havará dano ao grão, e esse grão será desqualificado na indústria”, aponta o engenheiro agrônomo Roberto Jaeger. 

O cuidado deve ser constante durante todo o ciclo produtivo do arroz. A prova está no produto final. Por três anos seguidos, o grão foi considerado altamente seguro para o consumo. Quem atestou isso foi a Anvisa, por meio de análises de qualidade. 

“Esse trabalho de base, com lançamento de genética e o trabalho do nosso grupo da extensão rural, que trabalha diretamente com o produtor lá na ponta, mostrando para ele o bom uso de insumos. Os insumos registrados pra cultura de arroz, produtos de baixíssimo impacto ambiental, fazem que com esse conjunto todo de boas práticas na cultura do arroz geram um produto de alta qualidade, isentos de resíduos lá no final”, aponta o gerente da divisão de pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld. 

Em Camaquã, cidade gaúcha polo na produção de arroz, a segurança alimentar é um pré-requisito, tanto que uma indústria de beneficiamento rastreia todo o ciclo do arroz para evitar contaminação. 

“Não é só necessário fazer a aplicação correta com produto correto, é preciso que o produtor diga quando fez, anote o que fez, e que aquilo acompanhe o produto durante todo o seu tempo, desde que ele sai lá da lavoura até que ele chegue à mesa do consumidor”, analisa o presidente da câmara nacional do arroz, Daire Coutinho.  

O município também tem feito um treinamento para aperfeiçoar a aplicação de produtos. A ideia é administrar as doses e impedir aplicações desnecessárias.“Na média estava com 30% mais de produto do que deveriam estar. O traz resultados não de qualidade em relação ao meio ambiente”, completa Coutinho.