Custos e renda incerta forçam cooperativa leiteira a fechar as portas em São Paulo

Anos de prejuízo fizeram com que cooperativa decidisse terminar as operações; produtores buscam alternativas

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Com custos cada vez maiores e renda incerta, a pecuária leiteira perde força no Brasil. A cooperativa de leite Coplacana, no interior de São Paulo, fechará as portas no fim de janeiro. A diretoria alega que, após anos de prejuízo, será necessário acabar com as atividades. 

Foram dez anos de prejuízo para a empresa. Presidida por Arnaldo Bortoletto, a cooperativa diminuiu o ritmo e vai entregar o laticínio Coplac à prefeitura de Piracicaba (SP), proprietária das instalações. 

“O pequeno número de quantidade de leite processada diariamente não concorre com os grandes laticínios e também com o leite de caixinha, que prejudica muito o nosso leite in natura. Depois de vários anos de prejuízo, a diretoria resolveu no final do ano e decidiu parar com as atividades”, disse Bortoletto. 

O laticínio tem capacidade para processar 5 mil litros de leite por dia. O produtor José Dini é um dos fornecedores da cooperativa. Por enquanto, o caminhão continua buscando os 130 litros produzidos diariamente no sítio. Mas quem depende do laticínio está preocupado em como será nos próximos meses. 

“(Precisamos) Dar continuidade neste laticínio. Porque, para nós, produtores, será uma grande perda se ele fechar as portas. Esse é o medo de todo o produtor: não ter onde levar, onde vender o seu produto”, afirmou. 

A venda do produto para a cooperativa era a melhor opção para pequenos produtores de leite, como José Dini. Mas, com o encerramento das atividades do laticínio, os produtores estão buscando uma alternativa para poder seguir com a produção de leite. 

“A cooperativa favorece muito o pequeno produtor na parte de compra de insumos, compra de material, medicamentos. Na cooperativa, temos encontrado mais vantagem. E agora eu não sei o que vai conseguir ficar cooperado com ela ou abrir uma nova cooperativa”, lamenta José Dini. 

A criação de uma nova cooperativa ou associação pode ser uma saída para o problema. Os produtores esperam contar com a ajuda das prefeitura. 

“Inclusive ajuda financeira se precisar nós estamos dispostos a dar. Para eles darem continuidade. Nós não queremos fechar as portas e falar cada um se vire”, completa Bortoletto.