Dia do Cerealista é neste sábado, 1º de agosto

Responsável por 45% do armazenamento de grãos no país, setor reclama falta de recursos para novas estruturas

Este sábado, dia 1º de agosto, é o Dia do Cerealista. Esse tipo de profissional é responsável por 45% do armazenamento de grãos no país. Mas isso ainda não é o suficiente para atender à demanda nacional. O setor diz que faltam recursos para construção de novas estruturas.

Quem vê o empresário Nei de Carvalho no conforto do escritório, em Pilar do Sul (SP), não imagina como foi o começo do negócio. Filho de agricultor, ele enxergou cedo o valor do que vinha do campo. Aos 17 anos já vendia feijão na tradicional bolsinha, na capital paulista. Trabalhava muito e dormia pouco.

– Saía de Pilar 1h da manhã, chegava lá 4h da manhã, ficava uma hora de mercado lá e voltava embora pra comprar mais no campo e fazer o financeiro. Cheguei a trabalhar 20 horas por dia um bom tempo da minha vida. Foi muito dolorido, mas, graças a Deus, valeu a pena – relembra.

Os tempos mudaram, mas o empresário ainda recorda como identificar um bom produto.

– Antigamente, não tinha medidor, não tinha nada, aí furava saco por saco e socava na mão, no pulso aqui você via se não tinha umidade, olhava a cor, colocava na boca… Pra sentir se não estava úmido, porque às vezes ele seca por fora, mas não seca por dentro – ensina Carvalho.

De grão em grão, a empresa foi crescendo. O comerciante que começou com a venda de 40 sacas na bolsinha em São Paulo, hoje comercializa seis milhões por ano, entre soja, trigo, milho e feijão. O faturamento anual do negócio já ultrapassou os R$ 400 milhões.

Carvalho negocia os produtos no estado de São Paulo e com exportadoras. Ele concorre diretamente com tradings e cooperativas, por isso tem que estar atento ao mercado. O diretor de relações internacionais da Associação das Empresas Cerealistas (Acebra) diz que as margens do setor são bem pequenas. 

– O que define preço é Chicago e depois vai descontando todos os custos: frete marítimo, os custos portuários de internacional, custos de secagem… Sobra o que paga para o produtor. Eficiência na gestão do negócio do processo todo, realmente, vai prevalecer nesta concorrência – determina Roberto Queiroga, da Acebra.