Diversificação é estratégia para produzir o ano inteiro

Ideia é não depender de apenas de uma cultura para ter melhor rentabilidade e garantir fluxo de caixa constante 

Fonte: Reprodução/Canal Rural

A diversificação da propriedade é uma estratégia que vem ganhando cada vez mais adeptos Brasil afora. O objetivo é não depender de uma única cultura, fugindo da crise e produzindo durante o ano inteiro.

Os 18 hectares do produtor Thiago Falqueto, de Planaltina (DF), são um exemplo bem acabado de diversificação. Na área onde havia milho, vai entrar soja. No lugar do feijão, ficará a abóbora, e, ao redor das lavouras, são cultivadas frutas, como abacate e mexerica poncã. 

Falqueto afirma que já houve ano em que ele perdeu toda a safra de feijão, em razão da falta de chuvas e de ataque de pragas. “Graças ao sistema de trabalhar com várias culturas, o lucro das demais suportou o prejuízo do feijão”, diz. Segundo o agricultor, a vantagem é que há sempre fluxo de caixa.

Ele afirma que a agricultura sempre terá altos e baixos, às vezes ganhando-se dinheiro com uma cultura e perdendo-se em outra. “Para sobreviver, tem que ter pé no chão e muito trabalho, além de um pouco de ousadia e responsabilidade”. 

Solo

A estratégia de cobertura do solo também colabora para garantir melhores resultados na colheita. O produtor do Distrito Federal conta que o milho, por exemplo, foi plantado em consórcio com crotalária. O custo aumenta em cerca de 20%, afirma Falqueto, mas o investimento é compensado pela maior produtividade. “Isso traz um beneficio muito bom, protege o solo contra os raios solares e previne erosão”.

Quando não planta em consórcio, a cobertura vegetal é cultivada antes da entrada do grão. A prática reduz o aparecimento de plantas daninhas, e, com isso, diminui também o uso de produtos para combater a praga. O extensionista da Emater-DF Mateus Miranda de Castro explica que o milheto e a crotalária são os artigos mais recomendados para aumentar a oxigenação do solo e resgatar os nutrientes que se perdem no subsolo.

A adubação também fica mais eficiente. Os resultados aparecem no primeiro ano, mas se tornam mais evidentes com a prática contínua. Segundo Castro, há estudos demonstrando que há incremento na produtividade e de maneira sustentável. “Ao longo do tempo, vai havendo ciclagem de nutrientes mais eficiente, o que garante sustentabilidade e rentabilidade maior”.