Empresas de fertilizantes comemoram vendas em 2016

Entre janeiro e agosto de 2016, as entregas somaram quase 21 mil toneladas,10,3% a mais na comparação com os mesmos meses de 2015 

Fonte: Pixabay/divulgação

O mercado de fertilizantes no Brasil encerrou agosto com recorde histórico de vendas e o resultado demonstra a reação do setor depois de um 2015 difícil e com produtividades mais baixas.

Segundo Paulo Yvan Almeida, gerente agronômico e desenvolvimento de mercado da Yara – multinacional norueguesa que é considerada a maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do mundo -, os números indicam uma boa recuperação no setor. “Os dados de agosto comprovam um ritmo que já vinha mostrando um crescimento na faixa de 10% ao ano. E isso indica uma entrega muito parecida com 2014”, disse.

A estabilidade da agricultura sustenta as vendas, mas para Almeida , a recuperação do setor sucroenergético em 2016 foi um combustível a mais para o aquecimento das entregas. “A cana também passou a ter uma relação de troca interessante, aquecendo também o mercado.  A gente acredita que mantém uma participação de mercado na faixa de 25% e que isso, em virtude um mercado maior, vai nos representar uma entrega maior que em 2015”, completou.

Recordes

O mercado de fertilizantes no Brasil não só dá sinais de recuperação como também comemora recordes. O último levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) indica que, entre janeiro e agosto de 2016, as entregas somaram quase 21 mil toneladas,10,3% a mais na comparação com os mesmos meses de 2015 e um volume considerado histórico para o período.

Para o analista de mercado da FC Stone, Marcelo Mello, alguns fatores contribuíram para este aumento. “Eu vejo dois fatores mais importantes: o primeiro é que o fertilizante está diretamente ligado ao dólar e, no ano passado, o dólar subiu fortemente e , quando isso acontece, o produtor se retrai e adia a compra. Em 2016, ao contrário disso, o dólar voltou a cair e a atingir alguma estabilidade, o que facilita um pouco para o produtor na hora de tomar a decisão”.

Para o analista, outro impulso para o setor foi a melhora na relação de troca, principalmente entre sacas de grãos e a tonelada de fertilizante.

Expectativa

Mesmo que até dezembro as negociações fiquem menos aquecidas, a expectativa dos especialistas é de que o balanço deste ano seja tão positivo, ou até melhor, do que o de 2014. “Eu diria que estão se confirmando as perspectivas para esse mercado que, mesmo com essas questões políticas, internas e econômicas, vem realmente se solidificando e a perspectiva de médio e longo prazo são muito boas”, disse Paulo Yvan.

Para Marcelo Mello, se projetarmos um crescimento de 4% sobre os meses do ano passado, a expectativa é de que o ano de 2016 possa terminar com 7,8% a mais do que 2015. “Portanto, com isso nós teríamos recuperado a queda do ano passado, que foi de 6,3%, e crescido um pouquinho, atingindo novamente o patamar de 32 ou 32,5 milhões de toneladas, que é um patamar recorde atingido em 2014”, finalizou.