Especulação e falta de planejamento podem ser responsáveis por escassez de milho

Segundo associação dos produtores, expectativa sobre frustração da segunda safra do cereal também afeta o suprimento do mercado

Fonte: VisualHunt/divulgação

A falta de planejamento do governo em relação à produção interna de milho e a especulação do governo estão entre as causas da crise no abastecimento do cereal, de acordo com a Associaçao Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). De acordo com o presidente da entidade, Sérgio Bortolozzo, as exportações de milho tornaram os agricultores da dependência dos programas oficiais de comercialização, principalmente na Região Centro-Oeste. Por outro lado, o ciclo de alta do grão complicou a situação da suinocultura e da avicultura.

Bortolozzo acredita que a segunda safra do cereal terá sua produtividade afetada por causa do clima. Ainda assim, ele lembra que a colheita deve representar mais de 50 milhões de toneladas de milho no mercado. 
“Com certeza, o preço vai recuar e se estabilizar, dando viabilidade para toda a cadeia produtiva”, imagina o representante da associação. No entanto, ele afirma que, sobre esse impacto momentâneo de frustração da safra, existe especulação em alguns setores do mercado.

Face ao estoque do governo em apenas 900 mil toneladas e à confirmação de recuo da segunda safra, a solução para a crise do milho estaria no planejamento e equilíbrio na garantia de preços para quem produz, de acordo com o coordenador de Agricultura da Confederação Nacional de Municípios, Mario Augusto Ribas do Nascimento.

Segundo ele, os municípios estariam estimulando o plantio de milho com assistência técnica e custeio. “Investindo em milho, nós vamos investir em suínos e aves, produção de ovos, leite, agregando valor à produção primária”, diz Nascimento.