EUA: cinturão do milho inspira produtores brasileiros

Em viagem promovida por agência de intercâmbio, agricultores nacionais conhecem técnicas, máquinas e tecnologias dos recordistas de produtividade

Fonte: Pixabay

Na última reportagem da série sobre agricultura americana, a equipe do Canal Rural faz um tour acompanhando um grupo de produtores brasileiros que passou 6 dias no chamado cinturão do milho.

Antes do passeio, uma pergunta se impõe: o que representa para produtores que lidam com grãos todos os dias, conhecer o país que mais produz e exporta soja no mundo?

“É fantástico, né? Distribuição de sementes, o stand deles é elevado, a produtividade deles é uma coisa que chama muito a atenção”, diz o produtor Luís Antônio Araújo.

Ele faz parte do grupo de 25 agricultores que saíram do sul de Minas Gerais com destino a 9 cidades do chamado cinturão do milho norte-americano.

E entenderam de perto por que esse país é considerado o maior produtor de grãos do mundo. Sem falar no posto de principal exportador de produtos agrícolas.

“Sempre a curiosidade é saber o que o produtor de uma outra geografia faz. Existe uma nova tecnologia que ainda não chegou ao brasil? Essa é a grande oportunidade da viagem. Nós temos viagens customizadas para, por exemplo, ver café na Colômbia, gado na Nova Zelândia ou cana na Austrália”, diz Georlei Haddad, diretor de relacionamento CAEP Brasil.

No roteiro, paradas obrigatórias para quem é do agronegócio. Produtores conheceram o manejo dos agricultores locais, que são donos de lavouras com produtividade recorde de soja e milho.

Também entenderam o que faz a agricultura americana ser referência, além dos desafios de hoje. E de que forma essa produção chega a vários lugares do mundo? Por meio de estações como uma que embarca 60 mil sacas de grãos ao dia e chama atenção de qualquer um.

“Eles estão muito na nossa frente em mecanização e principalmente em termos de automação, os processos deles envolvem muito menos mão de obra que os nossos. Nas fazendas que visitamos, a relação de mão de obra por hectare cultivado é no mínimo um terço da nossa!”, diz o agricultor Cássio Junior.

Para não sair com dúvidas e entender como aplicar tanta informação no Brasil, um especialista no assunto acompanha a viagem.

“Para milho é tipicamente uma experiência interessante: a população de plantas, o nível de fertilidade, quanto de adubo e de fertilizante eles têm que colocar para atingir esse nível de produtividade. Fertilização, água e população de plantas são as três coisas básicas para formar um stand perfeito de milho de alta produtividade”, diz o doutor em agronomia Rubem Oliveira.

A maior feira agrícola dos Estados Unidos, que recebe produtores de vários países, entrou no roteiro, claro. Novidades e tendências para os próximos anos estão ali.

“Os maquinários aqui são muito sofisticados. São grandes. Com isso dá para a gente avaliar bem a performance do pessoal aqui nos EUA”, afirma o produtor Edinaldo Dias.

O também produtor Luís Antônio Araújo complementa: “É uma motivação ver tudo isso. Dá uma vontade de voltar pra casa e fazer o melhor, né?”.