Milho: área plantada no RS será reduzida em 30% nesta safra

Valor pago pela saca desanima produtores. Em algumas regiões, preço chega a R$ 23

Fonte: Pixabay

O Rio Grande do Sul reduzirá a área plantada de milho em 30%, totalizando 800 mil hectares nesta safra. O setor está desanimado devido ao preço baixo de venda da saca, que em algumas regiões chegou a R$ 23. 

Dos 200 hectares plantados na safra 2016/2017, o produtor Irialdo Lovato só cultivará 30 este ano. Ele só não desistiu completamente porque utiliza o grão também para a rotação de culturas. Lovato também destaca que está mais caro produzir no ciclo atual.

“No ano passado, a gente plantou uma variedade cujo saco de 60 mil sementes foi comprado por R$ 540, hoje, está R$ 760. O preço dos insumos subiu e o milho baixou demais. A R$ 23 você tem que colher muito bem, e mesmo assim vai empatar”, afirma.

Engenheiro agrônomo e mestre em agricultura de precisão, Rodrigo Dias alerta que, para a maioria dos produtores, a tendência é a redução em função da baixa rentabilidade da cultura. Mas produtores mais técnicos, que utilizam o milho dentro de um sistema com soja ou em uma rotação de culturas, segundo o especialista manterão a estabilidade de área. 

“Nós utilizamos muitas tecnologias, como adubação hidrogenada com drones. A própria agricultura de precisão é um sistema que permite utilizar uma adubação mais racionalizada e isso ajuda a reduzir o despesa”, diz.

Já o produtor e pecuarista Paulo Ebbesen está mais confortável em relação ao preço. O resultado da colheita dos 16 hectares plantados com o grão ficarão na propriedade para alimentar o rebanho bovino. Ele investiu em alta tecnologia para conseguir mais de 180 sacas por hectare, gastou 15% a mais com a lavoura, fazendo o custo subir, chegando a R$ 4 mil por hectare.  “Hoje, na formação do custo de produção, energia tem um peso significativo”, afirma. 

Em busca de alternativas para reduzir custos, Ebbessen encontrou uma que vai gerar economia de 30%. “Para quem faz integração lavoura-pecuária, se puder utilizar o milho com umidade elevada – de 33%, 34%, que seria a produção de grão úmido –, é uma alternativa de redução de custo, porque, no meu, faço silagem de planta inteira na sequência. Reduzo o tempo de colheita, tenho condições de fazer a silagem na mesma área e não temos também a despesa de ter que quebrar o grão”, afirma.