Produção de alimentos orgânicos cresce no Rio Grande do Sul

Produção de orgânicos ainda é baixa no Brasil, mas cresce de forma acelerada no Rio Grande do Sul 

Apenas 2% da produção total de alimentos no país é orgânica. Mas os produtos têm despertado o interesse, e a cada ano o mercado cresce cerca de 30% de acordo com a consultoria internacional de agronomia. 

Alfredo Strack é produtor rural há anos. É um dos pioneiros no Rio Grande do Sul. Filho de agricultores, ele viu na atividade uma maneira de dar continuidade ao trabalho da família. Na propriedade dele, são produzidos diversos tipos de hortaliças. “Desde criança eu trabalho com agricultura. Sou técnico agrícola desde 1877. Há 28 anos trabalho com o plantio de hortaliças sem agrotóxicos”, explica. 

E o mercado tem apoio entre os consumidores, que enxergam o produto como mais saudável. De acordo com a Orgânicos Brasil, o crescimento do setor foi de quase 30% em 2016. A produtora Eliani Fischer começou a produzir a pouco tempo. Em seis hectares, ela cultiva verduras, legumes, ervas de chá e temperos. 

“Estou na produção há um ano e oito meses, mas me dedico mesmo desde maio de 2016. Eu trabalhava em recursos humanos, mas me dediquei 24 anos a essa área e agora uma opção de mudança. Sempre me interessei, é algo que comecei a plantar e pretendo a diversificar bastante”, comenta. 

A professora Greice Zipperer é consumidora de orgânicos e agora decidiu comprar os alimentos também para alunos da escola onde trabalha. “É importante fazer isso, porque sabemos que na infância a criança começa a criar seus hábitos alimentares. Para nós é bom contribuir. A nossa escola é pioneira no município em utilizar produtos orgânicos”, comemora. 

Quem também vibra com o momento é o proprietário de uma loja que só vende produtos orgânicos. István Dergecs Neto acredita que não é apenas a questão do agrotóxico que faz o produto orgânico tão favorito nos últimos tempos. 

“Também tem o lado de comprar produtos locais. Tivemos a oportunidade de encontrar produtores daqui do lado ao invés de comprar de alguém que vem de longe. A questão logística polui até chegar na nossa mesa. Apoiar a agricultura familiar é fantástico”, afirma.