Produtores de suínos reclamam de lucro reduzido em SC

A reclamação é da alta nos custos com alimentação, mão de obra e medicamentos

Fonte: Jairo Backes/Embrapa

A falta de milho, que em 2016 deixou muito pecuarista no vermelho, já não preocupa mais. No entanto, quem produz suínos em Santa Catarina ainda não está conseguindo lucro, apesar de ser o maior estado produtor e exportador da proteína.

De acordo com o produtor Mário Fries, o motivo de a produção ter encarecido em 2017 foi o aumento do custo com alimentação, mão de obra qualificada, vacinação e medicamentos. “Todos esses custos tiveram aumento de 2016 para 2017 em torno de 20%”, lamentou.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi,diz que o custo de produção está mais estabilizado, mas a margem de lucro ainda é pequena. “Está R$ 3,40, onde o produtor independente está comercializando a R$ 3,80 e, na integração, a R$ 3,10, mais a bonificação de carcaça. Essa margem de lucro ainda não é boa pelo que nós tivemos de prejuízo na atividade nos últimos anos. Em 2017, nós acreditávamos em um ano mais promissor, mas teve o problema da carne fraca em março e o preço caiu muito”, falou.

Agora, o produtor catarinense está pagando em média R$ 30 reais pela saca de milho, o que é considerado um preço bem mais justo do que o ano passado. Na granja do Mário, por exemplo, são gastos R$ 4 mil por mês com esse insumo. “Um dos custos mais altos do produtor é a ração e as matrizes consomem em média seis quilos por dia. Diferente da terminação, neste caso não é indicado misturar com outros farelos, mas, apesar disso, o produtor está em uma situação bem mais tranquila em relação ao ano passado, porque não deve enfrentar a escassez de milho que levou os preços lá para o alto”, contou.

Em 2016, Mário chegou a pagar R$ 20 a mais por saca de milho, ficando no prejuízo por quatro meses ao pagar até R$ 48 pelo saco de milho.

Para evitar situações como essa, o presidente da principal cooperativa de grãos de Santa Catarina defende uma estabilidade no valor do milho, que seria bom para quem planta e para quem precisa comprar o insumo.

“Acredito que o preço justo seria entre R$ 30 e R$ 32 na esfera do produtor. Na esfera da agroindústria, de R$ 35 a R$ 36, dando um equilíbrio e o produtor poderia produzir com renda e a agroindústria também”, disse Romeo Bet, presidente da cooperalfa.