Na semana do dia do agricultor, o Canal Rural mostra histórias de produtores que viram no campo uma oportunidade de mudar de vida. Nesta sexta-feira, dia 29, o personagem é Gilson Bomfim, um ex-professor de matemática que trocou a sala de aula pela fazenda.
Nascido em Marianópolis, no interior de São Paulo, Gilson conviveu com o campo durante toda a infância e adolescência, já que o pai era produtor rural e, como bom filho de agricultor, ele sempre ajudou nas atividades da fazenda. “Até os meus 19 anos eu trabalhei na lavoura com meu pai. A propriedade era simples, tínhamos um sítio onde plantávamos tomate, feijão, algodão e amendoim, onde eu sempre ajudei o meu pai desde criança, com sete ou oito anos”, disse.
Apesar da experiência com a terra, aos 19 anos Gilson largou o campo e foi estudar. Anos depois foi morar em Diamantino (MT), onde começou a dar aulas de matemática. Nesse período, ele fez duas pós-graduações e chegou a lecionar na única faculdade do município. “Dar aula é uma coisa magnífica, porque a gente aprende coisas diferentes e com pessoas diferentes todos os dias. Eu sinto saudades, pois foi um período muito bom e sinto que fiz a minha parte enquanto dei aula, mas hoje trabalho em uma atividade diferente e também acho muito bom”, disse.
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Volta às origens
Foi em Diamantino que o, então professor, conheceu a esposa, com quem é casado desde 2003 e teve dois filhos. O pai dela também é agricultor e convidou o genro para trabalhar em sociedade nas fazendas da família e, foi então, que Gilson resolveu abandonar uma carreira de 15 anos como professor para voltar a trabalhar no campo. Hoje, ele e a família produzem milho, soja e feijão em uma área de 2,1 mil hectares em Água Fria de Goiás (GO).
“Nós somos muito unidos e não chegaríamos até aqui sem isso. Pensando desde a união do meu sogro e minha sogra, que saíram do Sul e vieram para o Mato Grosso, sempre procurando crescer, com a família unida. Eles tiveram três filhos que trabalham juntos, com deus na frente em todos os momentos”, disse Gilson.
A fazenda em Goiás é administrada por três pessoas: Gilson, o sogro dele e o cunhado, Daniel Konageski, que, inclusive, foi aluno do professor de matemática na adolescência. “O Gilson foi um bom professor. Ele exigia muito da gente na parte da disciplina, cobrava muito atividades extraclasse”, relembra Daniel, que ressalta a importância dos conhecimentos do cunhado nas atividades da sociedade familiar: “o conhecimento dele na questão matemática ajuda muito a gente no âmbito administrativo e financeiro.”
Para Gilson, a volta ao campo trouxe à tona um sentimento que ele já conhecia desde o tempo de criança e que hoje faz parte da sua rotina. “Está no coração, mas um momento saudável na vida do homem é ver uma planta nascer e crescer e, dali para frente, todo mundo tem que trabalhar junto”, concluiu.
