Qualidade do café deixa produtores frustrados em MG

A colheita de variedades mais tardias não atingiu o padrão de peneira desejado

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

A colheita do café já atingiu 80%  no cerrado mineiro, que é o segundo maior produtor de Minas Gerais. O volume colhido foi superior à safra passada, mas o tamanho do grão está abaixo do esperado. Na fazenda do cafeicultor Gustavo Ribeiro, por exemplo, a maior parte dos 300 hectares de café já foi colhida e os resultados são animadores. A média de produtividade vai ser de 50 sacas por hectare, 30% a mais em relação à safra passada.

“A produção está satisfatória, principalmente em termos de volume. A produtividade de sacas por hectare está muito boa. É um ano de ciclo alto e que as expectativas de volume estão se concretizando”, disse.

O clima seco favoreceu o trabalho nas lavouras e a expectativa é de que, até a segunda semana de setembro, a colheita termine. “O café tem correspondido nos últimos meses e nós temos esta previsão positiva para a produção. Acreditamos que a nossa região do cerrado feche em torno de seis milhões de sacas de café e o município de Patrocínio, que é o principal produtor da região, deve produzir 1 milhão de sacas”, analisou o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio, Marcelo Queiroz.

Qualidade

Se o aumento do volume produzido anima os cafeicultores, o tamanho do grão está abaixo do esperado para este safra. A colheita de variedades mais tardias não atingiu o padrão de peneira desejado. Segundo a engenheira agrônoma Elisa Veronezi, os grãos menores precisam passar pelo processo de beneficiamento novamente, o que pode aumentar o custo de produção. “Para a comercialização, a gente tem os contratos que são estabelecidos o mínimo de peneira, que normalmente é 30% de peneira com qualidade maior e isto acaba gerando um custo de rebenefício para o produtor, ou seja, ele precisa pagar um pouco a mais para ter essa peneira mais alta.”

No caso do produtor Gustavo, quase toda a produção é exportada e parte do café colhido não atingiu o padrão necessário. “Tem alguns lotes que nós precisamos fazer o rebenefício na cooperativa, que é trabalhar esses cafés para separar as peneiras mais altas e cumprir determinados contratos”, falou.