Rio Atibaia restringe captação de água e dificulta produção de tomate em São Paulo

Departamento de Água e Energia Elétrica do estado restringiu o volume de captação a partir desta semana

A baixa vazão de água na bacia do Baixo Atibaia, no interior de São Paulo, levou o Departamento de Água e Energia Elétrica do estado a restringir o volume de captação da água do rio e de seus afluentes. Os produtores rurais da região estão mobilizados para tentar manter os plantios, já afetados pela crise hídrica desde o ano passado. Uma das alternativa, por exemplo, foi transformar uma área de 200 hectares que abrigava uma plantação de milho, em pasto para alimentar os animais.

Sem chuva, a alternativa de reutilizar a área para o gado foi menos arriscada para o produtor.

– No nosso caso, nós conseguimos essa alternativa, como nós temos área própria, nós temos essa alternativa de estar rotacionando. Agora, os produtores que não tem área própria, como acontece com a maior parte dos produtores aqui de Sumaré, que trabalham com áreas arrendadas, aí eles tem que procurar outra alternativa, trocando de manancial onde tem mais – disse João Roberto do Amaral Junior, responsável técnico da área.

Agora, a preocupação na fazenda é com a área plantada de tomate, que já foi reduzida em 20% de 2014 pra cá. Dia após dia, a captação do Córrego dos Bassos, parte da bacia do Rio Atibaia, vem sendo controlada. Faz quase um mês que não chove. 

Para manter a plantação irrigada  utilizando pouca água do afluente, a saída encontrada pela maioria dos produtores de tomate de Sumaré é o mulching, uma técnica que utiliza mantas para diminuir a evaporação da água do solo. Uma planta que antes precisava de dois litros de água por ciclo, agora cresce saudável com pouco mais de um litro.

A tecnologia pode até reduzir o consumo, mas os produtores garantem que a restrição de 20% na captação, estipulada pelo Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo, coloca em risco a produtividade da região, referência nacional na produção de tomate de mesa.

– Mesmo assim a gente fica muito apreensivo, porque a gente não sabe como vai ficar o abastecimento das cidades, como a prioridade do consumo são as cidades, a gente fica apreensivo de como vai ficar essa restrição, além do que a gente já está fazendo – afirmou Amaral Jr.

Segundo Valdir Belintani, secretário de Agricultura de Sumaré, o município tem três milhões de pés de tomate irrigados, o que acarreta uma quebra de produtividade e desemprego na agricultura. 

Na tarde desta quarta, dia 26, produtores rurais da região de Sumaré se encontraram com representantes da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente do município para discutir ações emergenciais que diminuam os impactos da estiagem nas lavouras da região.