Setor de máquinas perde 13,7% do faturamento em 2014

Perspectivas para 2015 apontam nova queda, devido a conjuntura econômica do paísNesta quarta, dia 28, a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou que o faturamento da indústria brasileira caiu 13,7% em 2014, a R$ 71,19 bilhões, e que as perspectivas para 2015 apontam para nova queda diante da fraca conjuntura econômica.

No mês de dezembro, somente, o recuo foi de 7,8% sobre um ano antes, a R$ 5,546 bilhões. O consumo aparente caiu 11,7 % em dezembro, a R$ 8,554 bilhões, e recuou 15% no acumulado de 2014.

A Abimaq apontou que a participação da importação no consumo brasileiro de máquinas e equipamentos saiu de 49% em 2008 para 71% em 2014. As exportações de máquinas e equipamentos, por sua vez, registraram declínio anual de 13,7% em dezembro, a US$ 1,153 bilhão. No ano, no entanto, houve crescimento de 7,4% sobre 2013.

Segundo a Abimaq, a indústria brasileira viu o fechamento de cerca de 13 mil postos de trabalho no ano, encerrando 2014 com 242,2 mil pessoas empregadas – menor patamar desde maio de 2010.

Na visão do presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, deverá haver uma nova “queda forte” no quadro de funcionários da indústria já no primeiro trimestre deste ano.

– Hoje em dia, claramente há excesso de trabalhadores na nossa indústria por esperança dos empresários, que está acabando, assim como o dinheiro – afirmou.

Perspectiva para 2015

A indústria de máquinas e equipamentos no Brasil deve ver novo recuo no faturamento bruto em 2015 após sofrer o terceiro declínio consecutivo em 2014, prevendo impacto para as empresas com a redução de investimentos da Petrobras.

Nesta quarta, a petroleira indicou que deverá realizar menos investimentos no ano, respondendo a preocupações sobre uma eventual necessidade de captação de recursos diante do seu vultoso plano de investimentos, em um momento em que é penalizada no mercado pelos desdobramentos da operação Lava Jato.

Segundo o presidente-executivo da Associação de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o movimento da Petrobras deve acarretar em um “impacto muito grande” para as fabricantes do setor, muitas das quais já estão sofrendo com contas não pagas por empresas contratadas pela petroleira, em função principalmente de impasses sobre aditivos de contratos.

A Abimaq estima que cerca de 120 fabricantes de máquinas estejam tendo problemas sérios com inadimplência nesse contexto, sendo que 30 empresas relataram à entidade terem cerca de R$ 200 milhões a receber.

A associação tem reunião marcada com a presidente da Petrobras, Graça Foster, para discutir o assunto no dia 4 de fevereiro.