Tomate pode voltar a ser vilão da inflação

A caixa de 30 quilos já é comercializada por até R$ 40 na região de Sumaré, em São Paulo

Fonte: José Gomercindo /ANPr

O impacto negativo das chuvas na safra do tomate no primeiro semestre provocou a redução da oferta e alta nos preços. Com essa variável, o produto pode voltar a ser o vilão da inflação no Brasil. Atualmente, caixa de 30 quilos já é comercializada por até R$ 40 e produtores torcem por um clima mais ameno nesta primavera.

Mesmo satisfeitos com a qualidade do tomate neste início de safra, os produtores de Sumaré, no interior de São Paulo, referência nacional do produto, estão mais preocupados com o clima. Na propriedade que é a maior produtora da região, a expectativa é de colher uma média de meia de meia caixa por planta até dezembro.

“Nós estamos colhendo em torno de sete mil caixas por dia e isso tem uma tendência alta, chegando a 15 mil caixas. Estamos com uma expectativa de um mercado bom”, disse o administrador da propriedade João Roberto Amaral Júnior.

Segundo o presidente da Associação dos Agricultores e Pecuaristas de Sumaré, Marcos Ravagnani, a fragilidade do tomate faz com que ele seja um produto que sofra mais com as mudanças meteorológicas. “Se você tem vento ou granizo, isso vai machucar o tomate e você acaba tendo uma consequência muito grande, como a entrada de fungos, bactérias ou até a deterioração da parte visual do fruto”, disse.

Por causa dos prejuízos causados pela chuva, muitos produtores da região ficaram sem capital para financiar a safra. Com isso, a menor oferta no mercado neste início de safra tem sustentado o preço do tomate. “O preço está interessante e, ao mesmo tempo, preocupante. Nós temos um custo em torno R$ 11 por planta e, considerando essa produção média, teremos o retorno de aproximadamente R$ 35 por caixa de 27 quilos e isso é preocupante, pois qualquer queda no mercado irá baixar a nossa média”, finalizou João.