CNT avalia eficiência energética de caminhões

Brasil tem 230 mil caminhões com mais de 30 anos de uso

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) quer implantar um programa nacional de eficiência energética. O projeto ainda está em fase de estudos e tem a intenção de reduzir os custos operacionais no transporte de cargas. O consumo do diesel é o alvo principal, porque representa até 40% do custo das transportadoras.

A primeira sondagem da instituição sobre eficiência energética aponta que motoristas que passam por treinamento podem gerar 12% de redução no consumo de diesel. A maior parte das empresas recompensa os motoristas que realizam a condução eficiente.

A pesquisa mostra ainda que 44,5% das companhias reaproveitam a água e resíduos sólidos74,6% adotam alguma tecnologia que contribui para redução do consumo de combustível; e 82,3% das transportadoras possuem frota própria com idade média de até sete anos, mas o Brasil tem hoje 230 mil caminhões com mais de 30 anos de uso.

A CNT quer também compilar dados sigilosos das empresas sobre o consumo de diesel dentro de um modelo internacional. A ideia é criar um certificado ou um selo como é adotado nos Estados Unidos, para estimular a busca pela eficiência.

– Hoje em dia, um país como Estados Unidos adota alguns indicadores que outros países não adotam, então a gente não consegue comparar a eficiência de uma empresa lá nos Estados Unidos com a mesma empresa aqui no Brasil. A ideia é que se faça uma metodologia um pouco mais universal comparável com outros programas já existentes no mundo – disse o coordenador de projeto da CNT, Vinícius Ladeira.

O programa piloto deve começar fazendo os primeiros testes das tecnologias disponíveis no Brasil para validar e divulgar o custo-benefício, estimulando novos investimentos das empresas. A CNT não pretende levar o projeto até o governo neste momento, vai depender de futuras negociações. Para lideranças do agronegócio, o programa vem em boa hora, mas precisa atingir principalmente os transportadores autônomos.

– Ele já é adotado pelas grandes empresas de transportes, inclusive com instrutores dos fabricantes, e poderia ser plenamente aplicado aos autônomos. Esses autônomos que tem basicamente 50% da frota nacional precisam ser melhor orientados para que nós possamos, em uma forma geral, reduzir tanto o consumo do combustível quanto dos custos da manutenção dos veículos – disse o coordenador do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Pereira.