Alta nos custos da suinocultura ameaça a atividade em diversas regiões do país

No interior de São Paulo, o prejuízo já chega a R$ 100 por animal em algumas propriedades; aposta em exportações e compra de milho da Argentina são alternativas

Fonte: Arquivo/Agroceres

As exportações de carne suína brasileira atingiram patamares históricos nos primeiros quatro meses de 2016. Em contrapartida o suinocultor vive um dos períodos de menor remuneração e maiores custos de produção da atividade no Brasil. No interior de São Paulo, o prejuízo já chega a R$ 100 por animal em algumas propriedades.

Com a escassez de milho, a atividade tem ficado inviável por causa do preço da ração. E a soja, que antes era uma alternativa, também está com preços mais altos. Outro agravante tem sido a demanda interna desaquecida, que desvalorizou o preço da carne de porco no mercado nacional. Neste mesmo período do ano passado, o quilo do animal limpo era vendido a R$ 5,50. Hoje, a muito custo a indústria de São Paulo tem pago R$ 4.

Para amenizar os problemas da atividade, além da aposta nas exportações, o analista da Tendências Consultoria Integrada Amaryllis Romano acredita que o novo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vai trabalhar para aumentar a oferta de milho. Segundo ele, uma das apostas é a importação de milho de países como a Argentina.

“Existe a possibilidade de trazer o milho do mercado internacional, como da Argentina. Independente de ser novo governo ou não, é uma sistemática e uma rotina que é comum a todo governo. E vamos combinar que o ministro é do ramo. Ele sabe o que é o problema de você não ter algum insumo. Então, não vejo grandes problemas nesse sentido. Mas também não vejo grandes chances de melhoria extraordinária da margem da suinocultura”, indica Romano.