O agronegócio brasileiro cresce acima da média mundial e o Brasil consolida-se como o maior supridor de alimentos no mundo. Porém, o agronegócio deve fechar 2015 com taxas de crescimento menores que no ano passado, estima Antonio Carlos Costa, gerente do Departamento do Agronegócio (Deagro) da  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).  Ele explica que 2015 não repetirá o desempenho de  2014, principalmente no que se refere às exportações do setor para países em desenvolvimento.  Em 2014, esses embarques aumentaram 270%.

No caso da soja, o desempenho foi puxado pela China nos últimos dez anos. Uma década atrás, o país asiático representava 7% do destino das exportações brasileiras. Hoje, a China representa 23%, uma fatia maior que a da União Europeia, cita Antonio Carlos Costa.

“A gente cresce na soja a um ritmo menor, tanto na produção quanto nas exportações.  Mas de novo o Brasil deve ganhar participação de mercado. Isso significa que, em dez anos, o Brasil vai representar  50% do mercado  de exportação de soja do mundo”, diz.

Para o milho, as projeções não são muito diferentes.  E o Brasil, nos próximos dez anos, terá mais de 25% de participação do mercado mundial do produto.

“A gente cresceu muito não foi por política governamental, mas foi realmente por um forte aumento do consumo de países em desenvolvimento.  Chegou a hora de a gente buscar mercados que pagam um pouco melhor”, alerta o gerente do Deagro/Fiesp. De acordo com ele, os países desenvolvidos já representaram 60% da nossa pauta de exportação e hoje esse índice caiu para 40%.