Na família Chela, a agricultura é um ofício que se aprende desde menino. Mateus, de 11 anos, começou quando tinha sete, assistindo o pai trabalhar – hoje, quando não está se dedicando aos estudos, faz questão de ajudar.

– Saio cinco pras seis da escola. Aí eu pego e venho em casa. Tem vezes que ajudo antes de ir pra escola, às vezes depois – conta Mateus.

Reinaldo Chela, o chefe da família, já acumula 23 anos na lavoura de limão. Trabalha com três pequenas propriedades em Palmeira D’Oeste, distante 620 quilômetros da capital de São Paulo. Ao todo, são 5,5 mil pés. Ele conta que o segredo do sucesso é a dedicação.

– Neste caso é irrigado. Tem adubação correta, veneno na hora certa. Tudo isso influencia na boa qualidade do produto – explica Reinaldo.

Por ter começado cedo no campo, Reinaldo descobriu que não adianta plantar sem fazer melhorias. Foi justamente o que fez quando procurou o Banco do Brasil para acessar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

– Se não fosse esse custeio do banco, alguns investimentos, não estaríamos onde estamos hoje. Mesmo que você faça um dinheiro, sem o apoio do banco, ou você reserva esse dinheiro ou acrescenta com o que já fez e compra alguma coisa – diz Reinaldo.

O sistema de irrigação garante uma produção maior e melhor. Neste investimento foram R$ 16 mil. O trator, usado desde o preparo da terra até a colheita diária, já não dá mais conta do trabalho. Reinaldo já planeja comprar outro, afinal, o pomar vai crescer: a ideia dele é plantar quatro mil mudas que, em três anos, começam a produzir.

A colheita é feita de segunda a sábado e não é apenas o menino que ajuda. O trabalho é familiar: Lucimara, mãe do Mateus e esposa do Reinaldo, também participa da colheita do limão. O casal espera a chegada de um bebê. Pedro já completou seis meses na barriga da mãe. Todo o esforço da família está sendo recompensado pelo preço pago pela caixa de limão.

– De três anos pra cá está vem sendo bom, teve um tempo que era ruim. Agora mesmo, entregou a R$ 70 a caixa, aqui na roça, e acho que vai manter esse preço por uns dias – conta Reinaldo.