Você sabia que hoje dos mais de 188 mil médicos veterinários inscritos no Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do estado de São Paulo, 56% são mulheres? Além disso, entre os zootecnistas, dos mais de 12 mil, o público feminino representa 36%?
A presença feminina na medicina veterinária e na zootecnia vem crescendo cada vez mais. Por isso, neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Ligados & Integrados convidou a atual vice-presidente do CFMV, Ana Elisa Almeida, para falar da força e da atuação da mulher nessa área.
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Escolha da profissão
De acordo com Almeida, desde cedo a vontade de trabalhar no campo já era presente.
“Via meu pai trabalhar no campo e acabei gostando da área. Por conta do falecimento do meu pai, aos 48 anos, acabei herdando a fazenda. Assim, decidi seguir o caminho da medicina veterinária para ter condições de cuidar da propriedade”, disse a vice-presidente.
Pioneira na CFMV
Almeida é a primeira mulher a integrar a diretoria da CFMV em quase 55 anos de existência, sendo uma das pioneiras no setor na questão de representatividade feminina.
“Foi uma alegria muito grande quando recebi o convite para tomar posse desse cargo na época, já que nunca havia tido nenhuma mulher em um cargo como esse. Foi uma quebra de paradigma.”
A atual vice-presidente ainda afirma que o movimento de assumir o cargo foi natural, visto que ela já tinha sido presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia em três mandatos anteriormente. Mesmo assim, segundo ela, é uma grande honra presidir esse cargo.
Mulheres no topo
“Hoje já somos maioria no sistema, precisamos estar no protagonismo e mostrar nossa relevância na sociedade”. Almeida destaca na fala como as mulheres cresceram de maneira geral no setor e que são capazes de chegar a cargos de liderança.
“Com competência, capacidade, é importante que ocupemos esses cargos na sociedade. Temos de ser protagonistas”, destaca ela.
Futuro
De acordo com a vice-presidente da CFMV, o futuro para as mulheres no setor veterinário e no agro em geral, tende a ser muito promissor, desde que haja a capacitação correta de cada uma.
“Se tivermos conhecimento, sempre nos atualizando, indo em busca do saber e tendo interesse as mulheres tendem a ser cada vez mais valorizadas.”
Almeida ressalta contudo que ainda há muitos desafios para as mulheres como questões de assédio, salários desiguais e o próprio machismo, mas que a força feminina deve se impor frente a essas adversidades.
“Quando a gente mostra postura e firmeza frente a isso, a gente supera esses problemas, só não podemos nos retrair”.
Por fim, ela ressalta a importância de que mais mulheres se interessem pelo tema e incentiva que cada vez mais jovens se interessem pelo tema.
“Apesar dos problemas, nós, mulheres, devemos saber que só depende de nós mesmas para que as coisas deem certo. O lugar é nosso e as oportunidades estão aí”, finaliza.
