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SECURITIZAÇÃO

Líder do PT diz que governo deve vetar uso do Fundo Social para dar R$ 30 bi ao agro

Câmara dos Deputados aprovou medida na última sessão antes do recesso parlamentar

Câmara dos Deputados aprova Lei da Reciprocidade
Projeto foi aprovado em sessão do Plenário da Câmara dos Deputados Foto: Kayo Magalhães / Agência Câmara de Notícias

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou ao Estadão/Broadcast Político na quinta-feira (17) que o governo deve vetar o projeto que prevê uso do Fundo Social para financiar pagamento de dívidas rurais, criando uma linha de R$ 30 bilhões para produtores atingidos por eventos climáticos, caso seja aprovado no Senado da forma como está. Se os senadores fizerem mudanças, o texto deve retornar para a Câmara.

Conforme mostrou o Estadão/Broadcast Político, a Câmara aprovou na noite da quarta-feira, 16, um projeto que permite o uso do Fundo Social para uma linha de financiamento com teto global de R$ 30 bilhões para o agronegócio, com limites individuais de R$ 10 milhões por produtor e R$ 50 milhões por cooperativa ou condomínio.

O texto era uma reivindicação dos produtores gaúchos, mas abrange todo o país e, de última hora, o relator incorporou uma ampliação para beneficiários do Nordeste.

“Aquilo é veto na certa”, afirmou o Lindbergh à reportagem. O deputado também afirmou que viu a aprovação do projeto como uma reação do Congresso ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o aumento do número de deputados, de 513 para 531.

O líder do PT na Câmara também afirmou que não houve negociação para o projeto ter sido aprovado e ressaltou que o agronegócio já recebe altos subsídios. “Foi golpe aquilo que fizeram. Querem tirar R$ 30 bi do Fundo Social, rapaz. Está maluco? É um negócio absurdo.”

O projeto já estava na pauta, mas entre diversos outros, e 15 outras matérias ficaram sem análise. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu pautar a matéria em meio a repercussões dos parlamentares contra a decisão de Lula de vetar o aumento do número de deputados e à vitória do governo no Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Durante a apreciação do projeto sobre crédito rural, na tribuna da Câmara, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou a bancada do agro e disse que houve quebra de acordo. Segundo o deputado, o relator Afonso Hamm (PP-RS) havia dito que não avançaria com o projeto sem entendimento com o governo.

“Se estivéssemos só tratando do Rio Grande do Sul, podemos sentar e conversar. Mas estendeu para todo o País”, afirmou Guimarães. “É um liberou geral para uma renegociação, não tem inadimplente, qualquer um pode se dirigir a uma entidade bancária para fazer a renegociação. Isso não é correto, sobretudo para quem fala tanto em responsabilidade fiscal”, criticou.

Ao Estadão/Broadcast Político, o relator do projeto disse que discutiu o texto com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e com os ministérios da Agricultura e da Fazenda, mas faltava um acordo com a Casa Civil.

Hamm disse ter pedido uma reunião com o ministro Rui Costa na semana passada, mas que a pasta teria dito que não havia agenda. “O governo fugiu da discussão”, disse o deputado. “Como é que nós vamos esperar uma semana para ter uma audiência com o governo? No plenário, eu tive todo o tempo, ele não me procurou”, questionou Hamm.

O relator afirma que o projeto não gera impacto fiscal no exercício de 2025, porque não cria despesas primárias. Além disso, o parlamentar diz que o uso do Fundo Social deve chegar a um valor entre R$ 15 a R$ 20 bi neste ano para financiar a quitação das dívidas.

Segundo ele, a celeridade com a pauta se deu pela pressão do calendário agrícola. A votação aconteceu no fim dos trabalhos legislativos deste semestre. O Congresso entra em recesso a partir desta sexta-feira (18), e fica parado até o dia 31.

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