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Clima trouxe prejuízo de R$ 8,6 bilhões à sojicultura

O valor é uma estimativa para a safra 2015/2016, mas considerando os relatos dos produtores país afora, não é difícil que esse revés seja ainda maior

Daniel Popov, de São Paulo
Os prejuízos causados por problemas climáticos na safra de soja na temporada 2015/2016 somaram R$ 8,6 bilhões, segundo levantamento realizado pela Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), fornecido com exclusividade ao Canal Rural. Somente em Mato Grosso, responsável por quase 30% da produção nacional, as perdas superaram a casa dos R$ 2,8 bilhões.

Mas, foi na região conhecida como Matopiba, que engloba a Bahia, o Maranhão, Piauí e Tocantins, que o revés chamou mais a atenção. Segundo Fabrício Rosa, diretor executivo da entidade, ao todo os prejuízos com a soja somaram quase R$ 4.3 bilhões. “Mais da metade dos produtores dessa região registraram prejuízos. Não é à toa que muitos estão seriamente endividados”, comenta o executivo.

Para realizar este levantamento, a Aprosoja considerou os volumes previstos inicialmente para a safra pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que somavam 103 milhões de toneladas, e o montante realmente colhido ao final, 95,5 milhões de toneladas, que demonstra uma diferença real de 7,2%, entre o esperado e o colhido depois dos prejuízos climáticos. “Não podemos comparar os 95 milhões de toneladas colhidos esta safra, com os total do ano passado para definir o tamanho do prejuízo, pois ampliamos a área em 3,5%, e se o clima ajudasse teríamos um ganho na produtividade também”, explica ele. “Se fizéssemos isso estaríamos analisando os dados de forma equivocada.”

De acordo com Fabrício Rosa, considerando o preço médio recebido nesta safra de R$ 66 por saca ou R$1.100 por toneladas, é possível chegar a esse volume de perdas no país.

A entidade também calculou as perdas com o milho segunda safra. Até agora a expectativa é colher 18% a menos em relação ao projetado inicialmente pela Conab, ou seja, antes dos problemas climáticos a expectativa era de uma produção de 52,6 milhões de toneladas e agora a perspectiva não ultrapassa as 42 milhões de toneladas. A perda no milho, considerando o preço médio de R$ 22 a saca, chegaria a R$ 3,5 bilhões. “Ao todo o país pode registrar uma perda superior a R$ 12 bilhões por causa do clima”, finaliza o diretor da Aprosoja Brasil.

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