Após pressão do setor produtivo, governo do estado recuou na decisão de criar limites para a exportação dos grãos
O decreto que alterava a cobrança de ICMS sobre as exportações de soja e milho em Goiás foi suspenso na tarde desta sexta, dia 26. A decisão do governo estadual foi tomada após reunião do setor produtivo, representado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), com o governador Marconi Perillo.
A medida, publicada no final de janeiro, colocava limites na saída dos grãos do estado. Indústrias poderiam exportar até 60% dos produtos sem tributação, no caso das tradings o limite era de 70%. Com a decisão desta sexta, os limites não existem mais.
– O governo entendeu que não faz sentido onerar mais ainda o agronegócio. Graças à mobilização dos produtores, a interlocução de deputados estaduais da Frente Parlamentar da Agropecuária, ao apoio nacional das entidades do setor e à repercussão do assunto na imprensa. Agradecemos a todos – comemora o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira.
Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a mudança iria prejudicar o mercado e, consequentemente, a remuneração do produtor. Segundo levantamento da entidade, desde a mudança, o preço pago pela soja no estado estava em queda, diferente do que acontecia em outros estados.
Segundo Pereira, o setor produtivo mostrou que o decreto dificulta a exportação dos produtos da agricultura de Goiás e o fomento de tradings à safra.
– Goiás sofreu um desgaste no mercado. Estava perdendo competitividade para outros estados – afirma.
O presidente da Aprosoja-GO revelou, ainda, que a associação discute agora com o governo a criação de um fundo privado a ser gerido por produtores para estimular a pesquisa e a informação agropecuária e fomentar a produção agrícola em áreas degradadas pela pecuária no Estado.
Com informações da Aprosoja-GO e Estadão Conteúdo