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Greening atinge quase metade das laranjeiras do cinturão citrícola

Doença bacteriana ameaça produção e exige manejo rigoroso para conter avanço nos pomares

Greening atinge quase metade das laranjeiras do cinturão citrícola

O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é hoje a mais grave ameaça à citricultura brasileira. De acordo com levantamento da Fundecitrus, a doença já alcançou 47,6% das laranjeiras do cinturão citrícola que abrange São Paulo e Minas Gerais — o equivalente a quase 100 milhões de árvores contaminadas.

A bactéria Candidatus Liberibacter spp. é transmitida pelo inseto psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri) e provoca sérios danos à produção. “O greening é devastador. Ele afeta laranjas, tangerinas, limões e até plantas ornamentais como a murta”, disse o engenheiro agrônomo João Quirino, coordenador técnico da Hidroplan, durante o programa Planeta Campo. Segundo ele, as condições climáticas atuais e a presença de plantas infectadas têm favorecido a multiplicação da doença.

Prevenção é o principal caminho para o controle

Uma vez instalada, a doença não tem cura. Por isso, as medidas preventivas são fundamentais para conter seu avanço. “Tudo começa com o uso de mudas sadias e certificadas, adquiridas em viveiros credenciados”, orienta Quirino.

Outros cuidados indispensáveis incluem:

  • Escolher áreas com baixa pressão do psilídeo;
  • Manter o monitoramento constante das plantas;
  • Realizar o controle químico e biológico combinado, dentro do manejo integrado de pragas;
  • Intensificar o manejo das bordas dos pomares, eliminando plantas hospedeiras da bactéria.

“O produtor precisa observar o pomar com frequência. A presença do inseto ou qualquer sinal de desequilíbrio na planta deve acender o alerta”, reforça o especialista.

Sintomas do greening e sinais de alerta no pomar

Os primeiros sinais do greening aparecem nas folhas e nos frutos. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Folhas com coloração assimétrica entre verde e amarelado;
  • Frutos deformados, com sementes abortadas ou ausentes;
  • Produção irregular e queda precoce dos frutos;
  • Ramos com diferenças de coloração e crescimento anormal.

Essas características indicam que a planta pode estar infectada, comprometendo seu desenvolvimento fisiológico e se tornando foco de contaminação para o restante do pomar.

Manejo integrado e novas soluções sustentáveis

O controle eficiente do greening passa pelo manejo integrado de pragas (MIP), com ações coordenadas entre produtores vizinhos. O monitoramento conjunto e a erradicação de plantas contaminadas reduzem a disseminação da bactéria.

Estudos recentes da Hidroplan, em parceria com a Farmatc, vêm testando o uso de óleos essenciais naturais combinados com defensivos tradicionais. Os resultados são promissores:

  • O controle do psilídeo adulto aumentou de 53% para 83% com o uso conjunto;
  • Entre as ninfas — fase que mais transmite a bactéria —, o índice de controle saltou de 18% para 90%.

“É um resultado expressivo, sustentável e seguro. Associar defensivos a óleos naturais potencializa o efeito e ajuda a preservar o pomar por mais tempo”, explica Quirino.

Atenção e cooperação garantem a sobrevivência dos pomares

Com quase metade das laranjeiras do país afetadas, o combate ao greening depende da ação conjunta entre produtores, técnicos e órgãos de pesquisa. “O manejo deve ser coletivo. Um pomar doente pode comprometer toda a região”, alerta o agrônomo.

Para o produtor, adotar boas práticas de prevenção e buscar apoio técnico é o caminho mais eficaz para manter a produção ativa e sustentável. Afinal, preservar o pomar é garantir o futuro da citricultura brasileira.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo

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