De acordo com o Banco do Brasil, maior agente financeiro da agricultura no país, a inadimplência do setor neste ano deve fechar em 3%, uma redução significativa comparada com o ano passado ? quando ficou em 4,6% ? e também com 2005, quando os preços das commodities estavam muito baixos por causa da valorização do real e o índice chegou a 5%. Em junho passado, o governo anunciou um pacote de refinanciamento de R$ 75 bilhões em débitos.
? O governo deu oportunidade para que os produtores rurais procurassem as instituições financeiras e manifestasse interesse em renegociar as suas dívidas. A grande maioria, inclusive, já fez o pagamento da primeira parcela ? disse o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto.
Mas nem todos os produtores endividados renegociaram os débitos porque não conseguiram dar ao banco as garantias exigidas para fazer a rolagem das dívidas. Por isso, o presidente da Comissão de Crédito Rural da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, acredita que haverá uma redução da inadimplência neste ano, mas não tão baixa a ponto de ficar em apenas 3% como defende Guedes Pinto.
? Esse cálculo precisa ser revisto porque estamos num quadro de inadimplência justamente daqueles produtores que não conseguiram rolar de acordo com o que a lei estipulou ? argumenta Sperotto.
Todos concordam, no entanto, que a redução do índice de inadimplência deste ano pode provocar um problema no futuro:
? É importante lembrar que os produtores estão carregando uma dívida do passado que terá de ser honrada no futuro ? conclui Guedes Pinto.